residência bad

cajamar - sp

2007

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8° Prêmio Jovens Arquitetos / 2007

2° colocado na categoria projetos

equipe:

arq. luciano cersósimo

arq. luiz apolinário

 

área do lote: 1056 m²

área edificada: 363 m²

 

O lote, de 1056 m², localiza-se num condomínio na cidade de Cajamar, SP. Sua acentuada declividade no sentido norte descortina uma privilegiada área de proteção ambiental.

O partido dispõe o corpo principal da casa paralelamente à rua e outro secundário nos limites inferiores do lote (fig.01) : este arranjo conforma um pátio escalonado entre ambos. Este pátio, além da interiorização do convívio permite a expansão da própria residência através dos sucessivos planos de pequenas variações, dominando a topografia acidentada, tanto ampliando a ocupação até a cobertura do pavilhão de lazer, como minimizando os cortes no terreno. (fig.02)

A partir da rua, a casa emerge entre as árvores, sob a forma de um prisma que se projeta em um grande balanço em direção à declividade da rua (fig.03) e sob o qual se encontram os acessos e a direção das conexões entre os diferentes níveis propostos (fig. 04). Seu caráter é dado, sobretudo, pela empena cega que marca as distinções entre o sítio e o artifício e, ao mesmo tempo, garante a privacidade da família.  A forma geométrica essencial reduz a configuração a poucos elementos, mas, permite que outras questões possam ser colocadas e exploradas; as tensões entre peso e  leveza, entre opacidade e  transparência, manifestadas e marcadas nas massas construídas.

Por outro lado, o projeto também procura, através de sua concepção formal, a coincidência expressiva entre o agenciamento funcional dos espaços e a concepção estrutural (fig. 05 e fig. 06). No térreo, os espaços sociais e os serviços são identificados pelas lâminas estruturais que demarcam os setores e ainda possibilitam abertura total desses ambientes para as áreas externas. Os serviços mais reclusos constituem um bloco estrutural de fundações reforçadas, que confere o travamento necessário ao conjunto. O volume suspenso correspondente ao setor íntimo da casa; estrutura-se em um dos lados através de uma única viga que suporta os esforços do pavimento superior e da cobertura e, no lado oposto, tais papéis são executados por duas vigas que fazem as vezes de peitoril e contraverga das aberturas desejadas (fig. 07 e 08).

Internamente, a caixa suspensa desdobra-se numa série de espaços diferenciados: paralelamente à fachada, um grande vazio de pé-direto duplo faz a conexão entre os espaços vazios do térreo e a solidez do volume superior. A empena é iluminada por aberturas zenitais: que também levam luz às áreas da copa e salas no pavimento inferior e possibilita uma melhor condição de ventilação natural, através do efeito chaminé (fig.09). Paralela ao vazio, uma passarela dá acesso aos dormitórios.

A fachada norte, no pavimento superior, é marcada por um grande rasgo que a percorre em toda a sua extensão, possibilitando a contemplação das visuais privilegiadas. A solução de recuar os caixilhos em relação ao seu alinhamento e a alternância entre armários e varandas, permite uma proteção adequada para os espaços de permanência prolongada, controlando a insolação direta (fig.10). Na sala íntima, um pequeno jardim de inverno semi-aberto configura uma transição entre os espaços abertos e fechados.

A área de lazer que contém a churrasqueira, salão de festas e ainda um pequeno atelier para as atividades da proprietária, está isolada em relação à edificação principal, de forma a poder abrigar atividades alheias ao cotidiano da casa. Esta área ainda pode se configurar numa residência de hóspedes, totalmente independente da habitação principal.