
Concurso Público de Projeto de Arquitetura e Urbanismo / 2006
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo
IAB – DN – Instituto dos Arquitetos do Brasil
3º colocado
equipe:
arq. bruno padovano
arq. luciano cersósimo
arq. patrícia bertacchini
arq. adilson costa macedo
arq. roberto righi
CONCEITUAÇÂO GERAL
É importante compreender o significado inovador para o futuro contido na nova localização escolhida para a Universidade. Ele deve nortear os princípios do campus concebido.
O efeito imediato da descentralização proposta deve ser a deselitização do ensino superior ao traze-lo mais junto da população mais carente.
Hoje na metrópole de São Paulo a maior parte das universidades e faculdades estão localizadas nas áreas mais consolidadas e centrais. Com o crescimento e a periferização da população mais carente, emerge o problema da falta do ensino superior, especialmente público.
A região sul da metrópole constitui um expoente desta marginalidade e carência. Habitam neste setor urbano cerca de habitantes, dos quais apenas no município de Diadema, um dos mais necessitados. Considera-se portanto, a escolha socialmente muito apropriada e estratégica. Esta característica pioneira deve ser levada em conta com força no projeto.
A proposta de uma universidade deve representar a oportunidade de reflexão e atuação direta na realidade, fator de grande importância para o amadurecimento do cidadão e da sociedade.
Considera-se importante também considerar que neste novo milênio o crescimento da demanda pela informação e as mudanças no seu perfil exigirão um novo papel da universidade. Deverão ser buscadas novas formas alternativas para a relação do saber acadêmico/científico seja disseminado entre os indivíduos, principalmente entre aqueles que não têm acesso ao ensino superior. Uma eficiente assessoria de divulgação poderia levar às diversas mídias as informações, levando-as à TV, ao rádio e outros meios. Além disso, a formação continuada deverá ser cada vez mais exigida, tornando-se junto com a pós-graduação o principal objetivo e núcleo de produção e difusão do conhecimento. Tudo isto só será possível com o crescente intercâmbio entre os diversos agentes do Brasil e do exterior com a realidade local, numa verdadeira globalização e informatização.
ASPECTOS URBANÍSTICOS E AMBIENTAIS- RELAÇÕES COM O ENTORNO E AMBIENTE, TRANSPORTE E SISTEMA VIÁRIO
O partido escolhido para o campus da UFESP de Diadema considera as complexas relações necessárias entre o meio ambiente, a legislação pertinente e o programa arquitetônico e urbanístico exigido, visando preservar as características naturais do sítio selecionado para o campus, situado junto da Represa Billings, utilizando materiais e um processo construtivo de pouco impacto ambiental.
O futuro campus situa-se na bacia hidrográfica do rio Billings, no sul da sub-bacia do ribeirão Grota Funda, alimentador do braço principal da Represa junto a gleba.
A cobertura vegetal original era a mata atlântica de planície, descaracterizada pela intensa urbanização, gerando uma área antropizada, com vegetação secundária e a espécie exótica e invasora, a Eucalyptos sp.
A vegetação ecologicamente mais significativa corresponde a lindeira à represa Billings, às duas nascentes e corpos d’água existentes que constituem áreas de preservação permanente (APP) protegidas pelo Código Florestal Brasileiro (Lei N° 4.771/65 e suas alterações) e pela Lei Estadual de Proteção ao Mananciais (LEI N° 898 e suas alterações).
São matas secundárias em estágio avançado de regeneração, com presença de nativas como: Araucária (Araucaria angustifolia), Palmeira Jerivá (Syagrus romanzoffiana), Paineira-rosa (Chorisia speciosa), Quaresmeira (Tibouchina granulosa), entre outras. Apesar disto há presença da espécie exótica e invasora Eucalyptos sp.
O plano ambiental é essencial para coordenar as ações de planejamento e projeto urbanístico e arquitetônico com os aspectos ecológicos melhorando os espaços de vivência humana, criando um elo entre as necessidades humanas e os processos naturais.
O resultado serão áreas florestais naturais protegidas, corredores e manchas de vegetação menores integradas à estrutura do Campus Universitário, com repercussões positivas para toda a região de Proteção aos Mananciais.
Estas providências incrementam a qualidade ambiental do Campus melhorando o microclima, através do aumento da umidade, sombreamento, proteção a ventos e isolamento acústico. Além disto, permite o desenvolvimento dos processos ecológicos, garantindo maior dinâmica aos ecossistemas, através de trocas gênicas, reciclagem de nutrientes, das cadeias alimentares e atração da fauna.
Os efeitos sociais serão positivos ao propiciar espaços livres para recreação, contemplação, práticas esportivas, bem como possibilitar atividades de educação ambiental e pesquisas acadêmicas.
A lógica de uso, conservação e restauração de áreas presentes na área do novo campus da UNIFESP em Diadema deve observar o conceito de equilíbrio dinâmico entre as diretrizes e as ações de desenvolvimento e as de proteção ambiental. Isto deve garantir a efetiva sustentabilidade dos remanescentes, conter a ocupação nas áreas que apresentam restrições ambientais e promover a restauração da cobertura vegetal de áreas degradadas.
A estratégia para alcançar estes objetivos envolve um conjunto de diretrizes: a) enriquecimento e diversificação de todas as áreas de remanescentes de vegetação nativa, de mata ciliar no entorno das nascentes e cursos de água e de preservação permanente; b) restauração das áreas de proteção ambiental com espécies nativas, numa “sucessão secundária”, ou seja, de espécies
pioneiras, secundárias e climáticas; c) respeito pelos aspectos técnicos que possibilitem o sucesso das ações de recuperação, como a retirada de espécies invasoras, como o eucalyptos sp. e a supressão de fatores de degradação; d) elaboração do programa de erradicação e manejo do eucalyptos sp, prevendo-se termo de compensação ambiental; e) minimização do impacto gerado pelo uso da área de entorno sobre áreas de proteção ambiental; t) utilização de espécies vegetais arbóreas de intensa floração nas áreas limítrofes das áreas de preservação permanente, destinadas a atividades recreativas e de lazer; g) utilização de espécies arbóreas e arbustivas da flora regional, com ênfase nas de intensa floração e naquelas com frutos atrativos à fauna, objetivando, não só a composição e recomposição das matas ciliares e áreas de reservas, mas, também, da fauna nativa e, em consequência, produzindo uma melhor condição ambiental para o conjunto; h) previsão da associação das espécies vegetais, na malha construída, adequadas ao tipo de solo e ao clima local, bem como à estrutura e a ambiência urbana restauração da cobertura vegetal de áreas degradadas.
Como principais critérios paisagísticos tem-se: a) as praças e áreas abertas consideram as especificidades do entorno, bem como sua funcionalidade e integração com outros espaços; b) alamedas com vegetação nativa de grande porte ao longo das vias; c) arborização nativa nas vias de pedestres, com espécies diversificadas, adaptadas ao clima, com raízes profundas e espaçamento adequado; d) fortalecimento da identidade visual das vias através da arborização, garantindo maior legibilidade ao lugar.
A drenagem superficial das águas pluviais pode comprometer da qualidade das águas dos mananciais. É fundamental o controle de poluentes e o uso de pisos permeáveis nos estacionamentos, pátios e vias de circulação de pedestres. É, portanto, importante avaliar o risco de contaminação de águas subterrâneas, considerando: o uso previsto, a estrutura do solo existente, a declividade e a formação geológica do terreno.
A ocupação do solo respeita a recomendação de aproveitar somente as áreas com declividade inferior a 15%, reservando as que excederem este limite para preservação permanente. Além disto, devem ser mantidas desocupadas as áreas de alta suscetibilidade à erosão laminar e priorizar a recomposição vegetal dessas áreas.
Em caso de ocupação inevitável dessas áreas deverá ser mantida a cobertura vegetal, tanto quanto possível, e adotadas medidas que possibilitem uma redução do escoamento superficial maximizando a infiltração e aumentando a rugosidade do sistema, bem como com mecanismos e dispositivos para a dissipação da energia das águas durante o escoamento, minimizando o seu efeito erosivo. Quanto a rede de infra-estrutura subterrânea é importante considerar a profundidade e tipo de subsolo existente.
Considera-se essencial a elaboração do plano diretor de resíduos para a correta gestão destes dentro do Campus, considerando o seu acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final, sempre priorizando a sua reutilização e reciclagem. A com postagem aerada para produção de composto orgânico pode ser utilizada na manutenção das áreas verdes do Campus.
A educação ambiental pode ser desenvolvida em canteiros e viveiros experimentais para as pesquisas a serem desenvolvidas na UNIFESP.
Estes programas de educação ambiental devem ser estendidos à população de Diadema e região.
Para o tratamento e destinação dos esgotos gerados no Campus deve-se prever a necessidade de tratamentos específicos em função dos diferentes tipos de resíduos líquidos gerados, tais como: esgotos sanitários, resíduos de laboratórios etc.
A acessibilidade representa outro fator importante em um projeto universitário devido aos fluxos muito concentrados de estudantes, professores e funcionários em horários de pico muito caracterizados. A perspectiva imediata é que ocorra uma melhora com a construção do acesso à Imigrantes e a integração dos transportes coletivos com o tramo sul da ferrovia CPTM e pela linha Norte-Sul do metro. Portanto a área deverá conectar-se bem com outras áreas da cidade, como também com o interior e o litoral do Estado.
No transporte interno de passageiros no campus adotou-se o micro-ônibus e a bicicleta. O micro-ônibus percorre a via principal, ligando as diversas unidades.
A ciclovia adentra o campus ora acompanhando as calçadas, ora tendo percurso próprio conforme a conveniência dos trajetos e locais próprios para bicicletárlos.
Para o projeto prevê-se o alargamento da calçada da Estrada Pedreira Alvarenga para 5,00m, no trecho junto às glebas A1 e B, com pequenos muros de contenção do terreno, devido o desnível. Também são necessárias faixas de veicules para o acesso à Gleba A1, com a menor interferência possível com os veículos de passagem. São necessários idênticos arranjos das calçadas, com 3,00m de largura mínima e de acesso adequado de veículos para a Gleba B.
A dimensão da faixa de rolamento que adentra o campus deve ser de 9,00 metros, ficando a calçada desde o trecho de acesso, até o local onde se iniciam os prédios com 5,00m de largura. Separada por um canteiro de 1,00m da ciclovia, de dupla direção, com 2,80m de largura. As v ias coletoras ou distribuidoras do campus deverão ter faixa de rolamento de 9,00m de largura e calçadas com 5,00m.
O local escolhido expressa fisicamente o propósito de integração do espaço de ensino e pesquisa com a realidade marcada fortemente por contradições resultantes de um suporte muito frágil do ponto de vista ambiental e um entorno complexo pelo contraste entre uma antiga ocupação territorial de bairros-jardim de classe média e alta e a extensão da periferia de baixa renda, mais recente. É necessário almejar uma solução integradora.
Os terrenos escolhidos são hoje grandes vazios remanescentes desta ocupação.
O campus deve prever áreas com graus diversos de acessibilidade, com espaços públicos, semi-públicos e enclausurados de forma a garantir a diversidade de espaços necessários ao pleno desenvolvimento da vida social e ao mesmo tempo segurança e privacidade.
Deve ser possível a fácil ligação com a estrutura viária estrutural e local, bem como a articulação agradável e fácil com o transporte coletivo através de amplos passeios, áreas arborizadas e protegidas.
A concepção de desenho urbano desta universidade enquadra-se na linha das mais recentes propostas.
Cria-se uma forte urbanidade, característica das cidades tradicionais através da clara delimitação do espaço público, da mistura de usos e funções, da inserção local, da caracterização e da criação de gradações de privacidade, gerando uma estrutura complexa e altamente qualificada. Portanto, opõem-se à abordagem urbanística moderna, que contempla campus universitários brasileiros das décadas anteriores, e que hoje sofre fortes críticas teóricas e práticas.
Esta integração com a comunidade e o entorno ocorre através da conformação dos espaços públicos e semi-públicos, a regularização dos fluxos de pedestres que atravessam a universidade. A praça central constitui o núcleo que solidifica a relação universidade e sociedade.
O dimensionamento da Universidade Federal de São Paulo no Município de Diadema envolve uma população de cerca de 10.000 pessoas, incluindo: alunos, professores, funcionários e visitantes.
PARTIDO URBANÍSTICO E ARQUITETÔNICO
Em resposta ao programa de necessidades e demais orientações expressas pelo Termo de Referenda, foram estabelecidas as diretrizes de projeto.
De início a implantação das construções foi feita de acordo com as porções de terreno apontadas pelo estudo de diretrizes de proteção ambiental, o que coincide com o Termo de Referenda sinalizando para “ocupar as partes mais altas das glebas”.
Leva-se em conta a subdivisão do espaço destinado ao campus em duas partes principais, glebas A1 e A2, contíguas e a gleba B, separada das anteriores pela Estrada Pedreira Alvarenga, via de ligação entre bairros. Considera a ressalva de que a gleba A2 ainda não está com seu processo de aquisição totalmente resolvido.
Respeita-se a área máxima de projeção das edificações, a área máxima de construção e a estimativa de população, indicadas de forma preliminar no Termo de Referência. Considera-se a distribuição das atividades previstas para cada uma das glebas do campus. Prevê-se possíveis expansões do campus, além dos locais ocupados na primeira etapa. Controla-se os custos relativos à infra-estrutura e edificações.
Confere-se um caráter de dignidade aos espaços abertos e aos construídos do campus, valorizando o papel da Universidade, sobretudo como um lugar de convivência das pessoas.
Como síntese o conceito urbanístico geral empregado é que a Universidade integre suas áreas de conhecimento e que faça com que estas interajam mutuamente, resultando na adoção de uma centralidade espacial expressa por uma grande praça, que agrega e da qual irradiam os principais edifícios das unidades universitárias e os mais diversos acessos.
Reuniu-se na Gleba A1 , as construções da etapa 01, destinadas a ensino, pesquisa e extensão, de maneira que constituam um todo. Tudo é articulado pela praça que define um espaço de convivência no extenso caminho que corta a Gleba A1e vai até a Gleba A2.
Todos os edifícios adotados estão modulados conforme o estabelecido pelo edital do concurso. Utiliza-se a modulação de 1 ,20m X 1 ,20m nos prédios que tem espaços de natureza repetitiva, como salas de aula, laboratórios, salas de professor, administração e parte dos serviços de apoio e que estão mais sujeitos às transformações internas, garantindo-se assim flexibilidade dos espaços. Além disto, emprega-se materiais e sistema construtivo que permitam também a flexibilidade. A estrutura das construções é metálica, tendo os pilares de concreto dispostos de forma modular, externamente, formando uma planta livre, importante para garantir um longo horizonte de utilização das construções, em função de sua elasticidade funcional Prevê-se também a expansão futura do conjunto, como reflexo do programa de necessidades e do sistema construtivo escolhido, abrindo a possibilidade da conexão futura com os prédios propostos, através dos eixos principais de circulação, que permite a expansão futura de todas as instalações projetadas na primeira etapa.
A praça é delimitada pelas edificações, possuindo um caráter complexo, dividindo-se em dois níveis, o inferior e o superior.
O nível inferior abriga 30 laboratórios de pesquisa, bem como a midiateca, formada pela área de estudos, o palco e parte do refeitório.
No nível superior estão as atividades de caráter mais social e de estar, tais com: refeitório, revistaria, papelaria, cantina, livraria, entradas dos anfiteatros e empréstimo e consulta de livros, descanso, leitura e convivência dos professores e atendimento de alunos, centro acadêmico e grêmio dos funcionários. Neste nível tem-se uma vista magnífica para a represa.
A área cultural envolve, portanto, a mideateca e auditórios, elemento fundamental para a criação e difusão do conhecimento. Este conjunto congrega todo o acervo de consulta do campus.
O restaurante universitário serve a toda a comunidade acadêmica, situando-se na praça, no núcleo de convivência.
Os edifícios principais, de tipologia laminar, são de três pavimentos e abrigam os espaços de salas de aulas no térreo e primeiro andar, e no segundo andar são locados os laboratórios de ensino.
Estas unidades estão divididas por paredes leves, que dão liberdade para a composição dos ambientes, segundo as necessidades, podendo tanto caracterizar salas de aulas, quanto grandes vãos coletivos de trabalho. Eles ocupam a face nordeste a norte dos edifícios, usufruindo de Iluminação direta, porém com incidência indireta dos raios solares, iluminando o ambiente das aulas através de sistemas especiais de ” brise-soleil”. Estes obstáculos evitam a luz direta, refletindo-a para o teto, iluminando adequadamente o ambiente.
Como foi afirmado, nos pavimentos superiores estão locados os laboratórios de ensino. A proximidade entre as salas de aulas e os laboratórios de ensino permite a otimização do tempo de deslocamento e a Integração entre as atividades de ensino e pesquisa aplicada, imprimindo assim um espírito de eficiência e coerência de propósitos de trabalho, numa estrutura ágil e enxuta.
A estrutura do espaço da universidade proposta reflete uma concepção de ensino e pesquisa que se contrapõe à realidade fragmentada observada na maioria das instituições, que dificulta uma maior integração entre as diferentes áreas do conhecimento.
Estes edifícios padronizados de ensino e pesquisa aplicada serão implantados segundo uma sequência de duas fases.
Na primeira serão construídos os 3 primeiros edifícios laminares, que abrigarão 1.200 alunos. Na segunda constarão outros dois edifícios dobrados que abrigarão mais 4.000 alunos.
O ângulo dos edifícios laminares abre-se voltado para a paisagem, permitindo uma visão panorâmica da represa do lado das salas de aulas e dos laboratórios de ensino e da praça central a partir dos corredores.
Para permitir esta destacada permeabilidade visual, as vedações externas, tanto dos corredores (ao sul e sudoeste), quanto das salas de aulas e laboratórios de ensino (ao norte e nordeste), são feitas por grandes caixilhos de alumínio com vidro e grelha para circulação cruzada de ventilação, permitindo boa iluminação natural e adequada ventilação.
Externamente existem “brises soleil” predominantemente horizontais na face norte e nordeste, enquanto que na sul e sudoeste um ripado. Em ambas as situações é assegurada a transparência e visualidade.
A circulação vertical se dá por uma escada que marca a entrada dos prédios.
A circulação horizontal feita através de corredores, servindo de acesso ás salas de aulas, laboratórios e banheiros, cuja monotonia é quebrada por poços de ventilação e visualização. Existe também um elevador hidráulico para deficientes físicos e para o transporte de equipamentos e materiais.
A parte administrativa formada pela reitoria e vice-reitoria, salas de reuniões, departamentos acadêmico e de coordenação administrativa, e de apoio está na entrada do campus permitindo um acesso rápido.
O acesso principal do campus é feito pela gleba A1 , conforme desenho indicado no projeto, com o pórtico, destinado ao controle do acesso de pessoas e veiculas ao campus. Ele é afastado da divisa junto a Estrada Pedreira Alvarenga de modo que nos horários de pico as eventuais filas de veiculas aconteçam, dentro do campus.
A nova universidade é parte do programa nacional de desenvolvimento das instalações para o ensino superior, com dotação orçamentária capaz de implementar a 1″ etapa do programa.
Ao programa original juntou-se como forma de aproveitamento de edificações existentes um pequeno albergue, porém de grande importância ao permitir abrigar docentes em intercâmbio ou convidados de outras instituições.
Para maior integração dos alunos dos diversos cursos e para promoção de atividades comuns e recreativas adota-se também o aproveitamento das edificações existentes na gleba A2, aonde são localizadas o complexo de equipamentos esportivos e de lazer na área mais descampada, próxima à represa.
Situa-se na Gleba B as edificações destinadas a abrigar atividades de apoio e serviços gerais. A ligação de serviço entre a Gleba A1 e a Gleba B é feita por um dispositivo monta carga com cabo de aço destinado apenas ao transporte de objetos e materiais, ficando a passagem de pessoas e veículos pela Estrada Pedreira Alvarenga e a via distribuidora interna.
Em síntese, o campus da UNIFESP proposto pela equipe traduz a conjugação do binômio formado pelo respeito à natureza e a definição de um futuro promissor, integrado à sociedade emergente, tecnológica, informacional e global.
O partido urbanístico adotado parte de um conceito claro de centralidade, de uma praça, que sempre norteou a estruturação humana, gerando intercâmbios de toda espécie, fundamentais para o estabelecimento da sinergia necessária ao desenvolvimento civilizatório.
Os conceitos de arquitetura agregam os avanços da modernidade, como a economia e a eficácia, com a variedade de usos e tipologias espaciais que fogem da monotonia e a pobreza das respostas excessivamente simplistas e reducionistas.
A estas questões fundamentais, soma-se finalmente a preocupação com a integração social, local e regional que oferece uma perspectiva de desenvolvimento adequado e sustentável, articulado aos anseios de uma melhor qualidade de vida de todo cidadão.