equipe:
arq. luciano cersósimo
arq. tomohiro ishida
arq. beatriz dias
estag. rodrigo yukki sakai
estag. guilherme chaves
área do lote: 386m²
área edificada: 750m²
equipe:
arq. luciano cersósimo
arq. ricardo rossin
(projeto acadêmico)
3ª Premiação CSN na Construção Civil / 2001
Projeto Vencedor
equipe:
arq. luciano cersósimo
orientador arq. mario biselli
(projeto de conclusão de curso)
O TEMA
A proposta da Biblioteca Central de São Paulo busca adequação entre alguns aspectos como: postura diante o centro “retardatário” da cidade; inserção urbana nesse contexto como agente difusor de desenvolvimento e requalificação; vocação pública e social para um projeto com intenções de reacendimento de uma área, extensão democrática do conhecimento adequada ao programa da edificação; possibilidade de conexão com a Biblioteca Municipal Mário de Andrade; busca de uma concepção formal / espacial / estrutural com bases na representatividade da arquitetura nacional; assimilação como elemento marcante e simbólico para fomentar o centro e a própria produção cultural da cidade.
TEMPO / ESPAÇO / LUGAR – CONCEPÇÃO ESPACIAL
O centro esquecido não pode ser ligado de novo como se fosse um membro artificial implantado em velho corpo, mas deve gerar uma transformação geral da cidade, lançando novos fundamentos e novas imagens abertos a dinâmica de uma sociedade que vive no século XXI, e abrindo novos canais de comunicação que remetem ao futuro. A transformação da forma da futura cidade, tem que ser acompanhada por mudanças equivalentes da mentalidade de um lugar que vem sofrendo, no decorrer do último século, sucessivos processos de reconstrução, enquanto oportunidades para reestruturar, replanejar, repensar e refazer não devem ser perdidas numa solução simplista e anacrônica. O que se faz necessário é uma visão otimista do novo século: um repensar radical de zonas, funções, propriedade e programa. A identidade da cidade não pode ser refeita a partir de ruínas da história ou por meio de ilusórias reconstruções de um passado arbitrariamente selecionado, o que é preciso é uma conexão da cidade através da sua história. Essa conexão atravessa a relação do velho e do novo, do capitólio e do capital, do público e do privado, do “já” e do “ainda não”. Sua estrutura pode romper-se ou destruir-se em qualquer ponto, mas voltará a desenvolver-se a partir de uma de suas antigas linhas ou mediante linhas novas. Não terá rupturas hiper-significativas ou organização através de uma só estrutura, a articulação espacial combina-se com a eliminação de temporalidades lineares em favor de experiências de simultaneidade ou indeterminação. As ordens naturais “utilitas”, “firmitas” e “venustas” podem ser ocasionalmente substituídas ou sistematicamente eliminadas em favor de estruturas relacionadas as necessidades e a multiplicidade de velocidades em um mesmo espaço/tempo.
Não se deve dar prioridade a estilo ou sistema algum, uma realidade heterogênea e pluralística é o objetivo. O que não se pode perder diante dessa realidade é o caráter perene (ou ao menos duradouro) que qualquer sistema deve possuir numa realidade urbana de proporções culturais, sociais, políticas e econômicas, que não se alteram tão rapidamente em uma metrópole como São Paulo; da presença de testemunhas, datas, símbolos que podem determinar um fato urbano, mas que admitimos ter um “tempo de vida”, e portanto, poderem ser “substituídos”, ou melhor, suprimidos.
A biblioteca deve ser de livre acesso, entre leitor, e estantes, assim a distribuição do programa dentro dos pavimentos busca uma clareza onde o saber possa estar acessível a qualquer pessoa. A questão urbana influenciou na distribuição do lay-out, uma vez que pretendeu-se que sobre o viaduto, a edificação deveria ser o mais transparente possível. Dessa forma, logo após ao vigor estabelecido pela torre de concreto, segue-se um grande vazio sobre o viaduto, para então o edifício começar a materializar-se novamente e ter sua “massa” totalmente recuperada quando, na outra extremidade, conecta-se à densidade estabelecida pelo “corredor” edificado da Av. 9 de julho. Este edifício abrigará o acervo da biblioteca, e em seus aproximadamente 40.000m2, terá capacidade para 2.000.000 de volumes.
O projeto passa a ser um novo ponto focal para o eixo da Av. São Luis, ele traz esse ponto justamente para um local onde a condição do desenho urbano destoa ao restante da região. Tem a pretensão de ser um projeto para a cidade e não na cidade, um lugar que possa a vir se tornar fato urbano, fazer-se presente na paisagem e tornar-se símbolo da instituição do saber e do ensino.
A modificação e o impacto em um desenho pré-estabelecido da cidade, choca, mas ao mesmo tempo que desfruta dessa monumentalidade, se analisado junto a seu entorno imediato, possui um caráter humano, numa escala quase íntima, onde se utiliza de espaços reminiscentes dentre a floresta edificada, devolvendo-o às pessoas e ao desenho da paisagem urbana.
BIBLIOTECA / CONHECIMENTO / SIMBOLOGIA
A biblioteca não é mais um edifício depositário de informação, modificações na informação geraram impacto no tipo de espaço, que deve oferecer liberdade de acesso à todo tipo de conhecimento à qualquer hora. Assim, a Biblioteca que desde seus primórdios teve uma função definida e evoluiu de acordo com as concepções espaciais relacionadas à seu tempo, agora passa por uma revolução ao ter que adequar-se ao um novo programa capaz de atender à modificações significativas no processo de difusão do conhecimento.
O desafio passa a ser o delineamento das zonas de atividade dos indivíduos, dentro do caráter depositário, acessível e expansivo de um complexo bibliotecário, principalmente diante às inovações que as áreas de conhecimento e informação vem sofrendo no decorrer das últimas décadas. Seu caráter de individualidade que até mesmo na “era digital” não deve alterar a relação individuo / saber. Essa relação deve ser condicionada sob aspectos espaciais.
“Um edifício de biblioteca deve oferecer um sistema de espaços adaptável às necessidades no tempo; os espaços e sua consequente forma como edifício deveria originar-se de amplas interpretações do uso, em detrimento à satisfação do programa para um sistema de operação específico… Uma biblioteca projetada ao redor de influencias incipientes de padronizar o armazenamento de livros e necessidades de leitura, pode levar a uma forma com dois espaços característicos distintos: um para pessoas e outro para livros, enquanto livros e leitores não se relacionam de uma maneira estática.”
Louis Kahn.
Algumas experiências espaciais no decorrer dos séculos apresentaram soluções diferenciadas com seus respectivos propósitos: desde a separação categórica entre espaços de leitura e setor de depósitos de livros; distribuição linear que remete à uma leitura sequencial; apresentação simultânea num único espaço, onde as estantes definem uma verdadeira “arena de conhecimento” típicos da cenografia espacial buscada no projeto barroco, etc.
O que torna-se evidente é a necessidade de interação entre indivíduo e conhecimento que não pode ser mediada pela figura da bibliotecária, a fim de que a biblioteca não torne-se nada mais do que um simples catálogo ou volume. Outro desafio é a problemática instituída pelos modelos de catalogação, mais numéricos ou lineares do que espaciais, levando à banalização pela simples adequação do programa ao um sistema de operação. O bibliotecário passa a ser o “arquiteto”, agenciando e organizando espacialmente a experiência do leitor à conveniência do sistema. No entanto a dissolução de fronteiras entre as disciplinas tradicionais e a demanda por complexas interconexões entre as divisões do conhecimento, obriga uma analogia espacial. As funções do arquiteto e do bibliotecário não poderão mais se permear. Um como agenciador das zonas espaciais do usuário diante o edifício, e o outro, não como compilador de catálogos, e sim como orientador no processo de interação entre leitores e o edifício / informação.
A recepção de um texto pode ser condicionada pelo entorno físico e fisiológico em que é lido, a biblioteca precisa então estabelecer um espaço humanamente centrado, rico em possibilidades que recorram aos sentidos e a psique. A arquitetura espacial do conhecimento precisa ser reveladora e propiciar justaposições e correlações.
Em “The Order of Books”, Roger Chartier discute o impacto da apresentação do texto sobre o processo de leitura e compreensão: “A organização das palavras na página, seu formato e fonte, ao longo de uma formatação, tem potencial de mudar a interpretação do conteúdo. Formas afetam conhecimentos na passagem do codex para a mídia, o mesmo texto não é necessariamente o mesmo por que a nova necessidade formal de oferecer isso ao leitor modifica as condições de sua recepção e compreensão. ”
Os rumos que esse tipo de instituição tomarão ainda são motivo de intermináveis debates, alguns chegam a afirmar que bibliotecas cairão em desuso, mas o que torna-se mais palpável é a discussão no meio arquitetônico, onde o valor atribuído à instituição biblioteca, sua coleção, aspecto cultural e concepção arquitetônica podem condicionar o processo de conhecimento e coreografar os movimentos da mente humana, num local que resulta do encontro entre um grande espaço público e um calmo e introvertido mundo projetado para livros e leitores. O próprio caráter simbólico desse tipo de instituição não a deixa em condição anacrônica independentemente do tipo de atividade que abrigará.
REAL / VIRTUAL
Bibliotecas on line já são uma realidade, através de web sites pode-se acessar centenas de bibliotecas, consultar seus catálogos, acervo e até usufruir de arquivos de áudio e vídeo. Algumas home pages permitem ainda, livre acesso a centenas de editoras, lojas de livro e mais de cem outras formas de pesquisa. Um acervo de livros raros e únicos, já está digitalizado e podem ser lidos em qualquer parte do mundo.
Como a tecnologia da informação redefinirá as bibliotecas e que tipos de desafios os arquitetos encontrarão para criar um “lugar na era do cyberspace”? Willian Mitchell defende que com a emergente biblioteca virtual ou digital não restará nada para simboliza-la, enquanto Koolhaas contesta que o real significado da biblioteca é seu papel simbólico, que responde ao persistente desejo pela coletividade apesar da nossa transferência do meio físico para o virtual, “somos criaturas sociais que precisam pertencer a grupos e comunidades… simulações virtuais não podem preencher as necessidades de comunicação inter-pessoal.”
O desafio arquitetônico é projetar espaços que sintetizem tanto o mundo virtual como o real e que continuem buscando as constantes demandas de mudanças do desenvolvimento tecnológico.
Essa tecnologia poderá modificar radicalmente a definição de livro. Interfaces gráficas (com o mesmo tamanho de um livro) poderão combinar informações, imagens, gráficos, áudio e até animações da maneira que a pessoa desejar. Isso direcionará artistas, autores e até arquitetos a desenvolver novas formas de trabalhos interativos num caminho não linear e não hierárquico. A autoria entrará em questão, a identidade do autor e a compreensão do trabalho estarão em fluxo constante. A tecnologia transformará o “consumidor” de informação em produtores de informação, o papel de leitor, autor e editor será fluido e correlacionado.
E a instituição biblioteca? Como ficará diante o fato de a informação ir aonde o “leitor” está?
A biblioteca e o bibliotecário não desaparecerão, pelo contrário, atuarão como editores e “quase editoras”. Eles irão catalogar o enorme fluxo de informação gerado todos os dias, e além disso, compilar, editar e publicar “livros” conforme a necessidade de cada um. A difícil interação de áreas dentro de cada biblioteca (sistemas) torna o meio digital mais fácil de se encontrar o que procura, mas o sistema da biblioteca deverá permitir uma conexão global onde as pessoas poderão acessar, editar e publicar informações da web e de bibliotecas de todo o mundo.
A ESTRUTURA
O espaço é criado pela própria forma estrutural: um gesto que gera uma estrutura arquitetônica, inserida de maneira poética no contexto urbano, torna-se símbolo.
A postura parte da intensão de preencher uma porção desocupada da cidade levando em conta as forças emanadas do lugar e ao mesmo tempo abrindo novas possibilidades para um repensar da condição de desenvolvimento das estruturas urbanas de um futuro próximo.
Um edifício com um grande vão sobrepõe dois viadutos, que por sua vez, cruzam um eixo de circulação de cunho metropolitano. “A ponte sobre as pontes deve ser pensada como tal”.
Uma ponte de 180m. Em uma torre (pórtico) de concreto se engasta uma treliça espacial, que deixa um vão de 157,5m, para então apoiar dois de seus nós em grandes pilares, que funcionam como um apoio articulado móvel. Um balanço de 22,5m contrabalanceia os esforços na estrutura.
Essa grande estrutura conforma um espaço onde 8 “pontes” sobrepostas, com uma superfície de 180x21m de área livre, estão à disposição das necessidades do programa de uma biblioteca contemporânea e abertos às incógnitas que este tipo de instituição deverá exercer no futuro.
O sistema é formado pela treliça, responsável por vencer o grande vão, e por um sistema estrutural de vigas (parafusadas). As vigas que se engastam na treliça definem a chamada estrutura secundaria conformando uma modulação inicial de 22,5 x 21m e assim a cadeia se sucede até a chamada estrutura quaternária, que chega a uma modulação de 3,75 x 3,0m. Sobre este modulo(vigamento) fixa-se uma grelha metálica que exerce a função de uma laje para, finalmente, sobre esta apoiar-se o piso de vidro laminado. A estrutura pretende dessa forma ser o mais transparente possível e ao mesmo tempo estar visível em todos os pontos do projeto.
O esquema estrutural modular permite modificações na configuração espacial do projeto uma vez que pode-se remover ou adicionar desde pequenos pedaços de “laje” até pavimentos inteiros, adequando-se a novos programas de biblioteca.
A monumentalidade do edifício é amenizada pela clareza de seu funcionamento estrutural e a transparência, que permite que a luz atravesse o projeto em qualquer ângulo, transforma-o em uma grande gaiola iluminada (Henri Labrouste), repleta de conhecimento e voltada para os olhares da cidade.
Concurso Público de Projeto de Arquitetura e Urbanismo / 2006
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo
IAB – DN – Instituto dos Arquitetos do Brasil
3º colocado
equipe:
arq. bruno padovano
arq. luciano cersósimo
arq. patrícia bertacchini
arq. adilson costa macedo
arq. roberto righi
CONCEITUAÇÂO GERAL
É importante compreender o significado inovador para o futuro contido na nova localização escolhida para a Universidade. Ele deve nortear os princípios do campus concebido.
O efeito imediato da descentralização proposta deve ser a deselitização do ensino superior ao traze-lo mais junto da população mais carente.
Hoje na metrópole de São Paulo a maior parte das universidades e faculdades estão localizadas nas áreas mais consolidadas e centrais. Com o crescimento e a periferização da população mais carente, emerge o problema da falta do ensino superior, especialmente público.
A região sul da metrópole constitui um expoente desta marginalidade e carência. Habitam neste setor urbano cerca de habitantes, dos quais apenas no município de Diadema, um dos mais necessitados. Considera-se portanto, a escolha socialmente muito apropriada e estratégica. Esta característica pioneira deve ser levada em conta com força no projeto.
A proposta de uma universidade deve representar a oportunidade de reflexão e atuação direta na realidade, fator de grande importância para o amadurecimento do cidadão e da sociedade.
Considera-se importante também considerar que neste novo milênio o crescimento da demanda pela informação e as mudanças no seu perfil exigirão um novo papel da universidade. Deverão ser buscadas novas formas alternativas para a relação do saber acadêmico/científico seja disseminado entre os indivíduos, principalmente entre aqueles que não têm acesso ao ensino superior. Uma eficiente assessoria de divulgação poderia levar às diversas mídias as informações, levando-as à TV, ao rádio e outros meios. Além disso, a formação continuada deverá ser cada vez mais exigida, tornando-se junto com a pós-graduação o principal objetivo e núcleo de produção e difusão do conhecimento. Tudo isto só será possível com o crescente intercâmbio entre os diversos agentes do Brasil e do exterior com a realidade local, numa verdadeira globalização e informatização.
ASPECTOS URBANÍSTICOS E AMBIENTAIS- RELAÇÕES COM O ENTORNO E AMBIENTE, TRANSPORTE E SISTEMA VIÁRIO
O partido escolhido para o campus da UFESP de Diadema considera as complexas relações necessárias entre o meio ambiente, a legislação pertinente e o programa arquitetônico e urbanístico exigido, visando preservar as características naturais do sítio selecionado para o campus, situado junto da Represa Billings, utilizando materiais e um processo construtivo de pouco impacto ambiental.
O futuro campus situa-se na bacia hidrográfica do rio Billings, no sul da sub-bacia do ribeirão Grota Funda, alimentador do braço principal da Represa junto a gleba.
A cobertura vegetal original era a mata atlântica de planície, descaracterizada pela intensa urbanização, gerando uma área antropizada, com vegetação secundária e a espécie exótica e invasora, a Eucalyptos sp.
A vegetação ecologicamente mais significativa corresponde a lindeira à represa Billings, às duas nascentes e corpos d’água existentes que constituem áreas de preservação permanente (APP) protegidas pelo Código Florestal Brasileiro (Lei N° 4.771/65 e suas alterações) e pela Lei Estadual de Proteção ao Mananciais (LEI N° 898 e suas alterações).
São matas secundárias em estágio avançado de regeneração, com presença de nativas como: Araucária (Araucaria angustifolia), Palmeira Jerivá (Syagrus romanzoffiana), Paineira-rosa (Chorisia speciosa), Quaresmeira (Tibouchina granulosa), entre outras. Apesar disto há presença da espécie exótica e invasora Eucalyptos sp.
O plano ambiental é essencial para coordenar as ações de planejamento e projeto urbanístico e arquitetônico com os aspectos ecológicos melhorando os espaços de vivência humana, criando um elo entre as necessidades humanas e os processos naturais.
O resultado serão áreas florestais naturais protegidas, corredores e manchas de vegetação menores integradas à estrutura do Campus Universitário, com repercussões positivas para toda a região de Proteção aos Mananciais.
Estas providências incrementam a qualidade ambiental do Campus melhorando o microclima, através do aumento da umidade, sombreamento, proteção a ventos e isolamento acústico. Além disto, permite o desenvolvimento dos processos ecológicos, garantindo maior dinâmica aos ecossistemas, através de trocas gênicas, reciclagem de nutrientes, das cadeias alimentares e atração da fauna.
Os efeitos sociais serão positivos ao propiciar espaços livres para recreação, contemplação, práticas esportivas, bem como possibilitar atividades de educação ambiental e pesquisas acadêmicas.
A lógica de uso, conservação e restauração de áreas presentes na área do novo campus da UNIFESP em Diadema deve observar o conceito de equilíbrio dinâmico entre as diretrizes e as ações de desenvolvimento e as de proteção ambiental. Isto deve garantir a efetiva sustentabilidade dos remanescentes, conter a ocupação nas áreas que apresentam restrições ambientais e promover a restauração da cobertura vegetal de áreas degradadas.
A estratégia para alcançar estes objetivos envolve um conjunto de diretrizes: a) enriquecimento e diversificação de todas as áreas de remanescentes de vegetação nativa, de mata ciliar no entorno das nascentes e cursos de água e de preservação permanente; b) restauração das áreas de proteção ambiental com espécies nativas, numa “sucessão secundária”, ou seja, de espécies
pioneiras, secundárias e climáticas; c) respeito pelos aspectos técnicos que possibilitem o sucesso das ações de recuperação, como a retirada de espécies invasoras, como o eucalyptos sp. e a supressão de fatores de degradação; d) elaboração do programa de erradicação e manejo do eucalyptos sp, prevendo-se termo de compensação ambiental; e) minimização do impacto gerado pelo uso da área de entorno sobre áreas de proteção ambiental; t) utilização de espécies vegetais arbóreas de intensa floração nas áreas limítrofes das áreas de preservação permanente, destinadas a atividades recreativas e de lazer; g) utilização de espécies arbóreas e arbustivas da flora regional, com ênfase nas de intensa floração e naquelas com frutos atrativos à fauna, objetivando, não só a composição e recomposição das matas ciliares e áreas de reservas, mas, também, da fauna nativa e, em consequência, produzindo uma melhor condição ambiental para o conjunto; h) previsão da associação das espécies vegetais, na malha construída, adequadas ao tipo de solo e ao clima local, bem como à estrutura e a ambiência urbana restauração da cobertura vegetal de áreas degradadas.
Como principais critérios paisagísticos tem-se: a) as praças e áreas abertas consideram as especificidades do entorno, bem como sua funcionalidade e integração com outros espaços; b) alamedas com vegetação nativa de grande porte ao longo das vias; c) arborização nativa nas vias de pedestres, com espécies diversificadas, adaptadas ao clima, com raízes profundas e espaçamento adequado; d) fortalecimento da identidade visual das vias através da arborização, garantindo maior legibilidade ao lugar.
A drenagem superficial das águas pluviais pode comprometer da qualidade das águas dos mananciais. É fundamental o controle de poluentes e o uso de pisos permeáveis nos estacionamentos, pátios e vias de circulação de pedestres. É, portanto, importante avaliar o risco de contaminação de águas subterrâneas, considerando: o uso previsto, a estrutura do solo existente, a declividade e a formação geológica do terreno.
A ocupação do solo respeita a recomendação de aproveitar somente as áreas com declividade inferior a 15%, reservando as que excederem este limite para preservação permanente. Além disto, devem ser mantidas desocupadas as áreas de alta suscetibilidade à erosão laminar e priorizar a recomposição vegetal dessas áreas.
Em caso de ocupação inevitável dessas áreas deverá ser mantida a cobertura vegetal, tanto quanto possível, e adotadas medidas que possibilitem uma redução do escoamento superficial maximizando a infiltração e aumentando a rugosidade do sistema, bem como com mecanismos e dispositivos para a dissipação da energia das águas durante o escoamento, minimizando o seu efeito erosivo. Quanto a rede de infra-estrutura subterrânea é importante considerar a profundidade e tipo de subsolo existente.
Considera-se essencial a elaboração do plano diretor de resíduos para a correta gestão destes dentro do Campus, considerando o seu acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final, sempre priorizando a sua reutilização e reciclagem. A com postagem aerada para produção de composto orgânico pode ser utilizada na manutenção das áreas verdes do Campus.
A educação ambiental pode ser desenvolvida em canteiros e viveiros experimentais para as pesquisas a serem desenvolvidas na UNIFESP.
Estes programas de educação ambiental devem ser estendidos à população de Diadema e região.
Para o tratamento e destinação dos esgotos gerados no Campus deve-se prever a necessidade de tratamentos específicos em função dos diferentes tipos de resíduos líquidos gerados, tais como: esgotos sanitários, resíduos de laboratórios etc.
A acessibilidade representa outro fator importante em um projeto universitário devido aos fluxos muito concentrados de estudantes, professores e funcionários em horários de pico muito caracterizados. A perspectiva imediata é que ocorra uma melhora com a construção do acesso à Imigrantes e a integração dos transportes coletivos com o tramo sul da ferrovia CPTM e pela linha Norte-Sul do metro. Portanto a área deverá conectar-se bem com outras áreas da cidade, como também com o interior e o litoral do Estado.
No transporte interno de passageiros no campus adotou-se o micro-ônibus e a bicicleta. O micro-ônibus percorre a via principal, ligando as diversas unidades.
A ciclovia adentra o campus ora acompanhando as calçadas, ora tendo percurso próprio conforme a conveniência dos trajetos e locais próprios para bicicletárlos.
Para o projeto prevê-se o alargamento da calçada da Estrada Pedreira Alvarenga para 5,00m, no trecho junto às glebas A1 e B, com pequenos muros de contenção do terreno, devido o desnível. Também são necessárias faixas de veicules para o acesso à Gleba A1, com a menor interferência possível com os veículos de passagem. São necessários idênticos arranjos das calçadas, com 3,00m de largura mínima e de acesso adequado de veículos para a Gleba B.
A dimensão da faixa de rolamento que adentra o campus deve ser de 9,00 metros, ficando a calçada desde o trecho de acesso, até o local onde se iniciam os prédios com 5,00m de largura. Separada por um canteiro de 1,00m da ciclovia, de dupla direção, com 2,80m de largura. As v ias coletoras ou distribuidoras do campus deverão ter faixa de rolamento de 9,00m de largura e calçadas com 5,00m.
O local escolhido expressa fisicamente o propósito de integração do espaço de ensino e pesquisa com a realidade marcada fortemente por contradições resultantes de um suporte muito frágil do ponto de vista ambiental e um entorno complexo pelo contraste entre uma antiga ocupação territorial de bairros-jardim de classe média e alta e a extensão da periferia de baixa renda, mais recente. É necessário almejar uma solução integradora.
Os terrenos escolhidos são hoje grandes vazios remanescentes desta ocupação.
O campus deve prever áreas com graus diversos de acessibilidade, com espaços públicos, semi-públicos e enclausurados de forma a garantir a diversidade de espaços necessários ao pleno desenvolvimento da vida social e ao mesmo tempo segurança e privacidade.
Deve ser possível a fácil ligação com a estrutura viária estrutural e local, bem como a articulação agradável e fácil com o transporte coletivo através de amplos passeios, áreas arborizadas e protegidas.
A concepção de desenho urbano desta universidade enquadra-se na linha das mais recentes propostas.
Cria-se uma forte urbanidade, característica das cidades tradicionais através da clara delimitação do espaço público, da mistura de usos e funções, da inserção local, da caracterização e da criação de gradações de privacidade, gerando uma estrutura complexa e altamente qualificada. Portanto, opõem-se à abordagem urbanística moderna, que contempla campus universitários brasileiros das décadas anteriores, e que hoje sofre fortes críticas teóricas e práticas.
Esta integração com a comunidade e o entorno ocorre através da conformação dos espaços públicos e semi-públicos, a regularização dos fluxos de pedestres que atravessam a universidade. A praça central constitui o núcleo que solidifica a relação universidade e sociedade.
O dimensionamento da Universidade Federal de São Paulo no Município de Diadema envolve uma população de cerca de 10.000 pessoas, incluindo: alunos, professores, funcionários e visitantes.
PARTIDO URBANÍSTICO E ARQUITETÔNICO
Em resposta ao programa de necessidades e demais orientações expressas pelo Termo de Referenda, foram estabelecidas as diretrizes de projeto.
De início a implantação das construções foi feita de acordo com as porções de terreno apontadas pelo estudo de diretrizes de proteção ambiental, o que coincide com o Termo de Referenda sinalizando para “ocupar as partes mais altas das glebas”.
Leva-se em conta a subdivisão do espaço destinado ao campus em duas partes principais, glebas A1 e A2, contíguas e a gleba B, separada das anteriores pela Estrada Pedreira Alvarenga, via de ligação entre bairros. Considera a ressalva de que a gleba A2 ainda não está com seu processo de aquisição totalmente resolvido.
Respeita-se a área máxima de projeção das edificações, a área máxima de construção e a estimativa de população, indicadas de forma preliminar no Termo de Referência. Considera-se a distribuição das atividades previstas para cada uma das glebas do campus. Prevê-se possíveis expansões do campus, além dos locais ocupados na primeira etapa. Controla-se os custos relativos à infra-estrutura e edificações.
Confere-se um caráter de dignidade aos espaços abertos e aos construídos do campus, valorizando o papel da Universidade, sobretudo como um lugar de convivência das pessoas.
Como síntese o conceito urbanístico geral empregado é que a Universidade integre suas áreas de conhecimento e que faça com que estas interajam mutuamente, resultando na adoção de uma centralidade espacial expressa por uma grande praça, que agrega e da qual irradiam os principais edifícios das unidades universitárias e os mais diversos acessos.
Reuniu-se na Gleba A1 , as construções da etapa 01, destinadas a ensino, pesquisa e extensão, de maneira que constituam um todo. Tudo é articulado pela praça que define um espaço de convivência no extenso caminho que corta a Gleba A1e vai até a Gleba A2.
Todos os edifícios adotados estão modulados conforme o estabelecido pelo edital do concurso. Utiliza-se a modulação de 1 ,20m X 1 ,20m nos prédios que tem espaços de natureza repetitiva, como salas de aula, laboratórios, salas de professor, administração e parte dos serviços de apoio e que estão mais sujeitos às transformações internas, garantindo-se assim flexibilidade dos espaços. Além disto, emprega-se materiais e sistema construtivo que permitam também a flexibilidade. A estrutura das construções é metálica, tendo os pilares de concreto dispostos de forma modular, externamente, formando uma planta livre, importante para garantir um longo horizonte de utilização das construções, em função de sua elasticidade funcional Prevê-se também a expansão futura do conjunto, como reflexo do programa de necessidades e do sistema construtivo escolhido, abrindo a possibilidade da conexão futura com os prédios propostos, através dos eixos principais de circulação, que permite a expansão futura de todas as instalações projetadas na primeira etapa.
A praça é delimitada pelas edificações, possuindo um caráter complexo, dividindo-se em dois níveis, o inferior e o superior.
O nível inferior abriga 30 laboratórios de pesquisa, bem como a midiateca, formada pela área de estudos, o palco e parte do refeitório.
No nível superior estão as atividades de caráter mais social e de estar, tais com: refeitório, revistaria, papelaria, cantina, livraria, entradas dos anfiteatros e empréstimo e consulta de livros, descanso, leitura e convivência dos professores e atendimento de alunos, centro acadêmico e grêmio dos funcionários. Neste nível tem-se uma vista magnífica para a represa.
A área cultural envolve, portanto, a mideateca e auditórios, elemento fundamental para a criação e difusão do conhecimento. Este conjunto congrega todo o acervo de consulta do campus.
O restaurante universitário serve a toda a comunidade acadêmica, situando-se na praça, no núcleo de convivência.
Os edifícios principais, de tipologia laminar, são de três pavimentos e abrigam os espaços de salas de aulas no térreo e primeiro andar, e no segundo andar são locados os laboratórios de ensino.
Estas unidades estão divididas por paredes leves, que dão liberdade para a composição dos ambientes, segundo as necessidades, podendo tanto caracterizar salas de aulas, quanto grandes vãos coletivos de trabalho. Eles ocupam a face nordeste a norte dos edifícios, usufruindo de Iluminação direta, porém com incidência indireta dos raios solares, iluminando o ambiente das aulas através de sistemas especiais de ” brise-soleil”. Estes obstáculos evitam a luz direta, refletindo-a para o teto, iluminando adequadamente o ambiente.
Como foi afirmado, nos pavimentos superiores estão locados os laboratórios de ensino. A proximidade entre as salas de aulas e os laboratórios de ensino permite a otimização do tempo de deslocamento e a Integração entre as atividades de ensino e pesquisa aplicada, imprimindo assim um espírito de eficiência e coerência de propósitos de trabalho, numa estrutura ágil e enxuta.
A estrutura do espaço da universidade proposta reflete uma concepção de ensino e pesquisa que se contrapõe à realidade fragmentada observada na maioria das instituições, que dificulta uma maior integração entre as diferentes áreas do conhecimento.
Estes edifícios padronizados de ensino e pesquisa aplicada serão implantados segundo uma sequência de duas fases.
Na primeira serão construídos os 3 primeiros edifícios laminares, que abrigarão 1.200 alunos. Na segunda constarão outros dois edifícios dobrados que abrigarão mais 4.000 alunos.
O ângulo dos edifícios laminares abre-se voltado para a paisagem, permitindo uma visão panorâmica da represa do lado das salas de aulas e dos laboratórios de ensino e da praça central a partir dos corredores.
Para permitir esta destacada permeabilidade visual, as vedações externas, tanto dos corredores (ao sul e sudoeste), quanto das salas de aulas e laboratórios de ensino (ao norte e nordeste), são feitas por grandes caixilhos de alumínio com vidro e grelha para circulação cruzada de ventilação, permitindo boa iluminação natural e adequada ventilação.
Externamente existem “brises soleil” predominantemente horizontais na face norte e nordeste, enquanto que na sul e sudoeste um ripado. Em ambas as situações é assegurada a transparência e visualidade.
A circulação vertical se dá por uma escada que marca a entrada dos prédios.
A circulação horizontal feita através de corredores, servindo de acesso ás salas de aulas, laboratórios e banheiros, cuja monotonia é quebrada por poços de ventilação e visualização. Existe também um elevador hidráulico para deficientes físicos e para o transporte de equipamentos e materiais.
A parte administrativa formada pela reitoria e vice-reitoria, salas de reuniões, departamentos acadêmico e de coordenação administrativa, e de apoio está na entrada do campus permitindo um acesso rápido.
O acesso principal do campus é feito pela gleba A1 , conforme desenho indicado no projeto, com o pórtico, destinado ao controle do acesso de pessoas e veiculas ao campus. Ele é afastado da divisa junto a Estrada Pedreira Alvarenga de modo que nos horários de pico as eventuais filas de veiculas aconteçam, dentro do campus.
A nova universidade é parte do programa nacional de desenvolvimento das instalações para o ensino superior, com dotação orçamentária capaz de implementar a 1″ etapa do programa.
Ao programa original juntou-se como forma de aproveitamento de edificações existentes um pequeno albergue, porém de grande importância ao permitir abrigar docentes em intercâmbio ou convidados de outras instituições.
Para maior integração dos alunos dos diversos cursos e para promoção de atividades comuns e recreativas adota-se também o aproveitamento das edificações existentes na gleba A2, aonde são localizadas o complexo de equipamentos esportivos e de lazer na área mais descampada, próxima à represa.
Situa-se na Gleba B as edificações destinadas a abrigar atividades de apoio e serviços gerais. A ligação de serviço entre a Gleba A1 e a Gleba B é feita por um dispositivo monta carga com cabo de aço destinado apenas ao transporte de objetos e materiais, ficando a passagem de pessoas e veículos pela Estrada Pedreira Alvarenga e a via distribuidora interna.
Em síntese, o campus da UNIFESP proposto pela equipe traduz a conjugação do binômio formado pelo respeito à natureza e a definição de um futuro promissor, integrado à sociedade emergente, tecnológica, informacional e global.
O partido urbanístico adotado parte de um conceito claro de centralidade, de uma praça, que sempre norteou a estruturação humana, gerando intercâmbios de toda espécie, fundamentais para o estabelecimento da sinergia necessária ao desenvolvimento civilizatório.
Os conceitos de arquitetura agregam os avanços da modernidade, como a economia e a eficácia, com a variedade de usos e tipologias espaciais que fogem da monotonia e a pobreza das respostas excessivamente simplistas e reducionistas.
A estas questões fundamentais, soma-se finalmente a preocupação com a integração social, local e regional que oferece uma perspectiva de desenvolvimento adequado e sustentável, articulado aos anseios de uma melhor qualidade de vida de todo cidadão.
equipe:
arq. bruno padovano
arq. luciano cersósimo
O projeto apresentado nutre-se de alguns conceitos que vem norteando as novas estruturas universitárias no contexto de sociedades contemporâneas, caracterizadas pela integração e democratização do conhecimento, pela utilização de tecnologias informáticas avançadas, pela busca incessante pela inovação e pela preocupação crescente com a sustentabilidade: estruturas que embasam e promovem as organizações humanas da nova era das conexões e das interdependências.
Assim concebida, a universidade pós-industrial se difere da orientação especializante e fragmentária do paradigma industrial (ou racionalista/funcionalista), típica dos tradicionais campi modernistas (fig 1), no sentido de buscar uma nova síntese integradora das diferenças disciplinares, uma nova harmonia entre a constructio antrôpica e os ecossistemas naturais (fig.2), rompida pelo avassalador processo de industrialização da primeira e segunda eras da máquina (séculos XIX e XX).
A terceira era da industrialização sustentável (pós-fordismo e terceirização da economia, com o aparecimento do movimento ambientalista), a era do conhecimento ampliado, próprio do início do século XXI, exige também novos modelos arquitetônicos e urbanísticos capazes de exprimirem esta mudança paradigmática, que vem revolucionando o quadro social, econômico, institucional e político contemporâneo.
Tais modelos diferem dos anteriores por apresentarem as seguintes inovações conceituais:
– compactação dos corpos arquitetônicos para minimizar o impacto sobre o território, dentro de uma visão de fluxos vitais (fig.3);
– adensamento e integração das novas áreas junto às pré-existentes, liberando espaços abertos (fig.4);
– utilização de tecnologias embasadas na sustentabilidade e cuidado com recursos ambientais finitos (fig.5);
– adoção do conceito de flexibilidade nos arranjos espaciais e formas de crescimento (fig. 6)
– integração de funções distintas, entendidas não como conflitantes mas sim complementares(fig.7);
– adoção de medidas compensatórias na hipótese de alterações físicas e ambientais no território (fig.8).
O projeto desenvolvido no âmbito deste concurso visa apropriar-se destes conceitos, próprios do paradigma da complexidade, gerando um conjunto arquitetônico/ambiental compacto e de forte impacto visual e ao mesmo tempo cuidadosamente integrado ao terreno e à trama urbana pré-existente, conforme descrito a seguir
IMPLANTAÇÃO
A implantação da nova universidade da UFABC no terreno escolhido para a sua construção deu-se a partir da identificação de alguns elementos ambientais e do patrimônio histórico local que deveriam ser preservados: a Árvore do Lula, o conjunto arbóreo ao longo da Rua Abolição e a parte mais significativa do antigo Matadouro (fig. 9), além do reaproveitamento de elementos estruturais (tesouras de madeira) do edifício de garagem existente. Atenção especial foi dada à situação de transição ambiental antre a várzea do Tamanduateí e a meia encosta do morro que define o vale.
O conjunto arquitetônico se exprime por um grande corpo principal, através do qual um “eixo de integração universidade/cidade” se desenvolve, ligando o terreno transversalmente ao declive existente e unindo a Rua Santa Adélia com o conjunto residencial/esportivo da universidade e as duas marginais do Rio Tamanduateí, através de uma rua interna que serve de área de convívio. Esta mesma rua oferece um acesso para o antigo matadouro transformado nos dois refeitórios da universidade, localizado estrategicamente entre o corpo principal e o conjunto residencial / esportivo (fig.10).
Ao mesmo tempo, este corpo principal, compacto e integrador das funções da universidade, está conectado com a Rua Abolição, no nível 752,00, aproximadamente na frente da Rua Frei Caneca, onde foi colocada uma pequena praça de entrada (fig. 11), voltada para a comunidade local, identificando claramente os dois momentos da topografia local: a “cidade alta” e a “cidade baixa”..
O acesso principal para o pedestre é realizado, no entanto, pela praça da Árvore do Lula para a qual convergem as calçadas da rua de desaceleração, que por sua vez sai da marginal da Avenida dos Estados tendo como referencial axial a própria Árvore do Lula e, desviando desta, oferece acesso aos estacionamentos verticais concentrados junto à Rua do Oratório. Volta a seguir para a Avenida dos Estados como opção de saída dos veículos estacionados no interior do complexo universitário (fig. 12 e 13).
O estacionamento é totalmente coberto, com 2.280 vagas numa construção de quatro andares que ocupa parte da encosta entre a parte plana do terreno e a Rua da Abolição e em parte o subsolo embaixo ao grande eixo integrador leste-oeste, e mais vinte vagas cobertas ao longo do edifício de alojamentos. O piso inferior deste estacionamento coincide com a cota 742,00, aproximadamente a mesma da calçada da Marginal da Avenida dos Estados. A terra removida para realizar o necessário corte no terreno foi reaproveitada dentro da gleba, com a criação de pequenos morros laterais e um nível elevado em 1,50m. aproximadamente em relação à cota existente do terreno (fig.14), para ajudar no caso de uma enchente ao longo deste trecho do rio Tamanduateí.
Uma arborização intensa, a ser realizada com espécies nativas da Mata Atlântica, cerca o terreno nas laterais que o conectam com o entorno urbano, enquanto ao longo da marginal o principal elemento paisagístico é o próprio espelho d’água e uma cachoeira artificial que vence o leve desnível proposto para o terreno (fig.15).
A lateral sudeste da gleba, que coincide com o terreno atualmente ocupado pelo Carrefour, foi destinada para receber os alojamentos dos estudantes e o centro esportivo da universidade, que foram conjugados ao grande espelho d’água que separa o corpo principal da marginal, feito um lago que relembra o antigo percurso sinuoso do Rio Tamanduateí. Neste espelho são previstos reflexos das imagens e luzes dos edifícios da cidade e da própria universidade, especialmente à noite, dependendo da posição do observador.
PARTIDO ARQUITETÔNICO
O partido arquitetônico adotado reforça os conceitos de compactação e integração propostos na implantação geral.
O corpo principal, que corresponde aos espaços destinados às atividades didáticas e de pesquisa da universidade, é composto por dois conjuntos lineares de espaços interconectados, com três eixos principais transversais, ao longo dos quais concentramos a circulação horizontal e vertical (corredores, rampas e elevadores) e os serviços (fig.16).
Estes eixos correspondem aos três centros do conhecimento da universidade, quais sejam: Ciências Naturais e Humanas, Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas e Matemática, Cognição e Computação..
No primeiro conjunto linear, que se desenvolve ao longo do espelho d’água, foram colocadas todas as funções destinadas às áreas para o corpo administrativo e o corpo docente, como aos próprios três centros do conhecimento, incluindo espaços para as salas de aula; os anfiteatros foram distribuídas no segundo conjunto, junto aos núcleos de apoio e biblioteca, além do centro cultural (fig.17).
Desta forma, ao longo deste segundo conjunto, são possíveis aberturas para a Rua da Abolição, com um fácil acesso da população local às salas de aula e anfiteatros, uma solução ideal para promover o intercâmbio entre a universidade e a comunidade local (fig.18).
Já os alojamentos dos estudantes e os espaços destinados ao esporte e educação física foram distribuídos em edifícios que incorporam boa parte das tesouras de madeira do atual edifício de garagem, na lateral sudeste da gleba, tendo na construção restaurada do antigo matadouro os dois refeitórios, um destes com serviços tipo buffet (fig.19).
Esta parte da universidade, que teria uma certa autonomia com relação ao restante do complexo, está no entanto conectada através do amplo corredor transversal na cota 745,00, ao longo do qual foram concentradas as áreas para as atividades de convívio (estares e exposições), junto a jardins e bancos, que recebem luz natural e água de chuva através de quatro grandes rasgos na grande cobertura do complexo universitário, os “olhos do céu” (fig.20).
Esta cobertura, de aproximadamente 120,00 m por 240,00 m., que torna a principal parte da universidade encoberta desde a primeira fase da sua construção, é composta por oito grandes “guarda-chuvas” que canalizam as águas pluviais para os tanques de reciclagem de água no subsolo e para o próprio espelho d’água (fig.21).
Esta cobertura tem grande efeito plástico na composição geral da universidade, tornando-a marco referencial na paisagem urbana de Santo André e para os municípios vizinhos desde a sua primeira fase de construção.
Além disto, oferece conforto ambiental aos espaços de circulação e convívio do complexo universitário, com generoso sobreamento, interrompido pelos feixes de luz das coberturas de policarbonato, localizadas sobre os grandes eixos de circulação (fig.22). Permite, ainda, a construção coberta de boa parte da primeira e das outras duas futuras etapas da construção do complexo universitário.
Grande cuidado foi tomado para oferecer ventilação e iluminação natural nos ambientes de trabalho e estudo com soluções integradas entre sistemas estruturais e sistemas de conforto ambiental.
ESTRUTURA / CONCEITOS E ESPECIFICAÇÕES
As duas tipologias construtivas apresentadas na proposta seguem as diferentes necessidades funcionais para cada caso: um sistema pré-fabricado em colunas e vigas em aço e laje pré-moldadas em concreto para o corpo principal e um sistema misto de tesouras de madeira da atual garagem com estrutura e pisos em madeira de reflorestamento (eucalipto) para os alojamentos estudantis e instalações esportivas.
O primeiro sistema segue uma modulação de 1.25 X 1.25m gerando uma malha básica de 7,50 X 7,50 m. interrompida apenas por um meio módulo, que corresponde com os shafts dos elevadores. Os pilares de aço apresentam secção de 0,60 m. de diâmetro, podendo receber alma em concreto armado para absorver as cargas em compressão. As vigas apresentam secção em “I”, com 0.40 m. de espessura entre colunas e foram afinadas para 0,20 m. nos balanços laterais. Ao longo dos corredores podem receber solução tipo Vierendel para a passagem das instalações elétricas, ou furos localizados através de compatibilização com os projetos complementares de instalações elétricas e hidráulicas.
As grandes coberturas terão quatro pilares cada em secção redonda com 1,00 m. de diâmetro, e balanços de 27,50 m em tesouras metálicas, com calhas em aço em curva, sustentadas por treliças metálicas com vão de 60m., para receber as águas pluviais, que descem até o nível do espelho d’água e dos tanques subterrâneos, através da alma dos pilares redondos. A cobertura é sustentada por cabos de aço atirantados entre as tesouras e as calhas transversais, e realizada através de manta impermeabilizada tipo evalon com as mantas fundidas a frio e coladas sobre malha de chapas de compensado de 1,20 X 2,40 m., uma solução de grande leveza e praticidade.
O segundo sistema tem uma modulação semelhante, mas o ritmo estrutural é diferente pelo re-aproveitamento das tesouras em madeira, com vãos longitudinais de 2,50 m. e vãos transversais de 22,00 m. no total, divididos em secções de 9,00 – 4,00 – 9,00 m. nos alojamentos. Neste caso, também foram utilizadas lajes pré-fabricadas de concreto.
A especificação dos materiais a serem utilizados na estrutura seguem abaixo:
Chapas e perfis soldados -USI SAC 300
Perfis laminados – ASTM A572 Grau 50
Chapas e perfis laminados resistentes à corrosão atmosférica – ASTM A588 Grau 50
Perfis conformados a frio – ASTM A500 Grau C
Tubos de seção circular com ou sem costura – ASTM A501 Grau 50
Chumbadores e perfis de seção circular – F1554 Grau 36.
Parafusos de alta resistência – ASTM A325 Tipo3 Grau A
Porcas sextavadas pesadas – ASTM A563 DH
Arruelas circulares – ASTM A563
Eletrodos revestidos – E7018 W ou G
Eletrodos para solda MIG/MAG – ER 8018 S G
Eletrodos para solda por arco submerso – E7 A0 EW
Os certificados das usinas produtoras dos aços indicando resistência e composição química comprovam a qualidade do aço fornecido sem necessidade de ensaios e análises posteriores a serem feitos sob a responsabilidade do fabricante da estrutura. A obrigação de fornecer certificados se aplica também à fornecedores de parafusos, porcas, arruelas, eletrodos, etc. Onde indicado nos desenhos de projeto, elementos tubulares de seção circular que devam ser fabricados com aços patináveis resistentes à intempéries, devem ser fornecidos de acordo com a especificação ASTM A847 ou A501 ou A618 dentro das tolerâncias da norma ASTM A6 e com uma resistência mínima ao escoamento igual a 3,45 t/cm2. Os componentes galvanizados a fogo deverão obedecer à especificação ASTM A153/A-01a .A espessura média da camada de zinco deverá ser de no mínimo 100 micra correspondente a uma vida útil da estrutura entre 50 e 100 anos. Parafusos e arruelas a serem galvanizados, com diâmetro igual ou superior a 3/8”e arruelas com espessuras variando de 3/16” a ¼” , deverão possuir uma camada mínima de zinco igual a 380 g/m2 de superfície. Os métodos a serem usados para verificar a espessura da galvanização devem obedecer à especificação E376-96. Reparos a serem feitos em regiões danificadas da galvanização ou não galvanizadas de qualquer elemento da estrutura, devem ser feitos de acordo com a especificação ASTM A780-00. O Fabricante/Montador é o último responsável pela qualidade do material galvanizado a ser fornecido ao Cliente.
No desenvolvimento do cronograma da obra, deverão ser indicadas as seqüências de entrega da estrutura e as seqüências de montagem, incluindo seus pertences, tais como parafusos, eletrodos, estruturas galvanizadas ou não, e outros. Deverão ser evitadas fabricações de componentes da estrutura antes da preparação dos desenhos detalhados de fabricação.
Os cálculos de carga realizados mostram os seguintes dados:
Permanentes:
Estrutura Metálica ( estimativas )
Viga Mestra – 15 kg/m2
Vigas Secundárias – 10 kg/m2
Contraventos e demais – 2 kg/m2
Telha de aço – 8 kg/m2
Sobrecargas:
Cobertura Utilização – 25 kg/m2
Luminárias – 3 kg/m2
ARQUITETURA / ESPECIFICAÇÕES
Os seguintes materiais gerais foram especificados para o complexo universitário:
Pisos internos: granilite.
Piso das áreas molhadas: cerâmica
Pisos externos: articulados de concreto
Paredes internas e externas: painéis cimentícios tipo wall
Revestimentos externos: massa texturizada tipo monocapa
Coberturas: manta impermeável sobre placas de compensado
Portas: em chapa de aço
Vidros: laminados de 8mm
Lajes: em painéis pré-fabricados em concreto
Esquadrias: em alumínio pintado de branco
Brises: em chapas de aço galvanizado perfurado e pintado na cor amarela
Peças sanitárias: vasos com caixa acopladas e torneiras com acionamento automático para economia de água.
Corrimãos: em ferro galvanizado pintado com esmalte na cor cinza.
Maçanetas: em aço inox
Mobiliário Urbano: aço inox
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, HIDRÁULICAS E OUTRAS
Um dos grandes problemas com relação a edificações que usam uma tipologia horizontal é o da distribuição das extensas redes de instalações, especialmente elétricas e de telecomunicações. Na nossa proposta criamos um sistema de shafts localizados ao longo dos três eixos transversais interconectados por um shaft horizontal no subsolo, pelo qual os ramais principais correm isolados até subirem para os andares da edificação principal.
Seis elevadores absorvem a circulação vertical do complexo, servindo também de apoio estrutural para as rampas transversais, conectando todos os andares do complexo com os quatro níveis de garagens subterrâneas. Desta forma, a acessibilidade é oferecida a todos os usuários da universidade.
As principais instalações são as que seguem:
Instalações elétricas
A entrada de energia elétrica está proposta em média tensão, do tipo subterrâneo.Uma cabina de medição junto ao alinhamento do corpo principal junto a Rua da Abolição. Na cabina de medição além dos equipamentos de medição e saída para as subestações transformadoras, deverá ser instalado um transformador para atender a bomba de incêndio. As dimensões aproximadas da cabine são: 14,00 x 5,00 metros, com pé direito de 4,00 metros. Quatro subestações transformadoras deverão ser instaladas junto aos centros de potencias elétricas nas dimensões 15,00 x 5,00 metros, com pé direito
de 4,00 metros.
A geração de energia de emergencia deverá ser realizada por Grupo Gerador DIESEL para atender iluminação de emergência de acordo com o Corpo de Bombeiros. A dimensão aproximada da sala: 6,00 x 4,00 metros com pé direito de 3,00 metros. A sala de entrada de telecomunicações, espaço destinado a receber os cabos de entrada da operadora onde serão ligada as facilidades da rede primária intra e inter edifícios e a sala de telecomunicações foram localizada no andar térreo, tendo dimensões aproximadas: 4,00 x 3,00 metros com pé direito de 3,00 metros.
Instalações Hidráulicas
Os principais aspectos da rede hidráulica são os que seguem:
Dimensionamento do consumo de água/Prédio principal:
10.000 alunos x 50 litros/aluno = 500.000 litros/dia
500.000 litros x 2 (dias) = 1.000.000 litros
Incêndio total = 50.000 litros
Dimensionamento do consumo de água/Alojamento:
~ 600 alunos x 200 litros/aluno = 12.000 litros/dia
12.000 litros x 2 (dia) = 24.000 litros
Dimensionamento do consumo de água/Refeitório e Cozinha:
300 refeições x 25 = 7.500 litros/dia
7.500 litros/dia x 2 = 15.000 litros.
Em base a esses cálculos adotamos reservatórios superiores com 400.000 litros (1.000.000 litros x 40%) e um reservatório inferior com 600.000 litros. Para o prédio principal adotamos 06 reservatórios de 50.000 litros sobre o conjunto de 4 grandes pilares e um reservatório inferior de 600.000 litros, sendo 550.000 p/ consumo e 50.000 para incêndio.
Com relação a captação e reciclagem de águas pluviais calculamos a necessidade de reservatório com 200.000 litros (Área da cobertura: 120 m x 240 m = 2.880 m2 /
2.880 m2 x 3 litros/min./m2 (180mm) = 8.640 litros/min./
8.640 litros/min. X 20 min./chuva = 172.800 litros).
Para o aquecimento de água nos alojamentos e cozinha calculamos as seguintes demandas energéticas:
Aquecedor a gás/solar
Alojamento: 98 apartamentos
98 x 2 x 36 x 0,33 = 2.328,48 litros
Q = 2.328,48 litros x 50 = 116.424 kcal
Aquecedor de 2.500 litros.
Cozinha:
Nº de Refeições = 300
Tempo Previsto = 2 horas
DT = 50°C
300 x 12 = 3.600 litros
Q = 3600 x 50 = 90.000 kcal/h
Aquecedor de 2.000 litros
Para o fornecimento de gás será necessária uma central de gás GLP para atender a cozinha, aquecedores, lanchonete elaboratórios. Também deverão ser previstos filtros para as piscinas e o espelho d’água.
equipe:
arq. luciano cersósimo
área edificada: 5.200m²
“Concebo na espécie humana duas espécies de desigualdade: uma, que chamo de natural ou física, porque é estabelecida pela natureza, que consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do espírito, ou da alma; a outra, que se pode chamar de desigualdade moral ou política, porque depende de uma espécie de convenção, e que é estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento dos homens”. – Jean-Jacques Rousseau
INTRODUÇÃO
A importância do resgate, preservação, divulgação e debate contínuo de pensamentos e idéias para obtenção de um conhecimento crítico resulta na criação de um espaço vivo – um espaço de aprendizagem e convívio das diferenças, o Museu da Tolerância.
Este espaço deve, ao mesmo tempo, permitir uma relação entre a história e a modernidade, de forma sensível e justa, para legitimar o processo de reversão das práticas da intolerância e da violência.
Para combater o preconceito, é preciso conhecer a diversidade. É preciso conhecer o outro para aceita-lo, uma vez que a intolerância se manifesta no individualismo, no egocentrismo.
PARTIDO – ESPAÇO VIVO: LIVRE E INTERATIVO
O projeto está baseado na manutenção do princípio de outros edifícios existentes na área da Cidade Universitária, estabelecendo com eles uma relação de continuidade: a criação de espaços internos generosos, interligados através de ruas e caminhos, com o objetivo final de estimular o convívio universitário.
Sendo um dos objetivos do Museu da Tolerância tornar-se um espaço para aprendizagem, o partido arquitetônico implanta seu setor educativo dando contiguidade à Cidade Universitária; enquanto, que em um bloco suspenso, situa suas áreas de exposição.
Entre estes dois setores , um grande vazio se estabelecerá como uma ‘praça de eventos’. Na mesma, ocorrerão atividades diversas, sejam relacionadas ao Museu, ou até mesmo à comunidade em geral. Representa assim um espaço em constante transformação. A ligação desta área à Cidade Universitária se dá através da Avenida Lineu Prestes (pela cota 735,60), deixando-a elevada em relação à rotatória (cota 733.80) e fornecendo assim o isolamento necessário em função do tráfego intenso de veículos desse local. Por se tratar de uma área de livre acesso e circulação, ainda que o museu não esteja em seu horário de funcionamento, este será um espaço de convivência dos universitários, que poderão usufruir o restaurante e o café. Nessa área ainda situa-se a loja do museu, que poderá comercializar materiais condizentes ao meio universitário.
As áreas públicas articulam-se através de uma rede de caminhos e percursos, oferecendo ao visitante uma variedade de opções e propiciando a experimentação de diversas sensações enquanto percorre o lugar.
O PROJETO
As áreas do museu são organizadas ao redor de um grande vazio que perfura todos os pavimentos na área central do edificio.
Na cota 733.60, o setor educativo é caracterizado pela total abertura à comunidade, seguindo o mesmo princípio adotado por edifícios mais significativos da USP. Podendo ser acessado por uma rampa de leve declive com relação ao nível da rua, ou ainda pelo elevador ou escada que interligam os outros pavimentos. A partir do foyer dividem-se as seguintes áreas: biblioteca, laboratórios, salas de aulas, auditório e cinema. O acesso ao auditório e ao cinema se da através de duas rampas transversais ao sentido de entrada. Biblioteca e laboratórios são abertos e fechados de acordo com seus horários de funcionamento, enquanto auditório e cinema, em função de suas programações. A biblioteca consiste em um grande espaço aberto, e poderá funcionar da maneira que melhor convir à instituição (livre acesso as estantes ou sob consulta). Já o centro de documentação climatizado para microfilmes e laboratório de higienização e restauração de documentos está em um pavimento inferior ao da biblioteca, e são de acesso restrito a funcionários e colaboradores do Museu. O acesso a essas áreas se dá através de uma escada que parte da biblioteca. As salas de aula seguem os conceitos de abertura da USP e deverão funcionar como extensão da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, em especial ao Laboratório de Estudos Sobre a Intolerância (LEI).
Através do setor educativo pode-se acessar o Museu através do elevador ou escadas, após identificação no posto de atendimento do foyer. O usuário ainda tem a opção de dirigir-se ao nível superior (praça) para posteriormente optar pelo acesso às áreas expositivas.
Através do nível da praça também pode-se acessar o Museu, bem como as área de desembarque e estacionamento que encontram-se no mesmo nível. Porem esse espaço funcionará fundamentalmente como um espaço cívico vivo, utilizado pela instituição e comunidade para diversos fins. Esse nível abrigará também o restaurante e o café, que não atenderão apenas freqüentadores do museu, e sim a comunidade universitária em geral. A área de estacionamento também é dinâmica, pois pode ser aproveitada de acordo com a necessidade de configuração de espaço de cada atividade que ocorrer na praça.
Na “caixa suspensa” sobre a praça estão as áreas de exposição. Em seu primeiro pavimento, a área de exposição permanente caracteriza-se por uma rede de corredores de diferentes larguras. Dez caixas “soltas” dentre os corredores abrigarão as exposições permanentes, isoladas umas das outras, e com projetos museográficos específicos pertinentes a cada um de seus temas. O posicionamento das salas sugere um percurso continuo, porém, cada uma delas terá uma identidade distinta, definida pelas diferenças de suas dimensões e de suas próprias montagens, criando ambientes introspectivos. Áreas de descanso interrompem uma seqüência de salas. Serão locais de reflexão sobre as diferentes práticas de intolerância que foram exibidas. O piso dos corredores e áreas de descanso será um gradil que permite a visualização das áreas publicas abaixo e, ao final de cada corredor, dentre alargamentos e estreitamentos do mesmo poderão ser visualizadas áreas externas ao museu. Esses espaços contrapõem-se ao enclausuramento provocado dentro das salas temáticas, estimulando a reflexão do visitante sobre sua relação com o mundo. As redes de corredores têm também uma função técnica, pois dará acesso independente a todas as salas.
O perímetro externo é fechado por uma pele de vidro semi opaco, possibilitando visuais parciais do exterior e criando assim o ambiente introspectivo desejado para o lugar.
No pavimento acima, encontra-se a área de exposição temporária. Um espaço de múltiplo uso, em sua maioria com pé direito duplo, que permitirá diferentes configurações de montagem. Em uma de suas extremidades, uma grande abertura (a Nordeste) oferece vista para a Cidade (área esportiva da USP, Rio Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo), e uma área externa servirá de espaço para descanso e contemplação.
Um mezanino abriga as áreas administrativas e as salas da coordenação.
Finalmente, as áreas técnicas estão divididas em dois pavimentos, que ocupam o vazio deixado entre o cinema e o auditório. No primeiro pavimento, encontram-se a reserva técnica, e áreas de montagem de exposições e reparo, com acesso direto ao monta-cargas/elevador. Já no segundo, estão os vestiários, copa e almoxarifado.
Para o transporte vertical de carga e de pessoas e grupos de pessoas o projeto propõe um único e grande elevador que é ao mesmo tempo um monta-cargas, uma vez que os horários de montagem são distintos dos horários de visitação pública, não havendo conflito de circulações nem risco quanto à segurança dos visitantes.
A ESTRUTURA
Um bloco central de concreto apóia duas grandes treliças metálicas, permitindo que o grande vão livre aconteça. Vigas secundarias, vencem o vão de 12m entre as treliças para configurar a estrutura de sustentação do pavimento de exposições permanentes. Sobre as mesmas treliças, apóia-se uma “caixa” de concreto que abriga as exposições temporárias e um mezanino contendo administração do museu. A partir das extremidades no eixo longitudinal dessa caixa estrutural, são atirantadas as vigas (do pavimento inferior) de 6m que configuram as abas laterais da expo permanente.
Sobre a praça, o edifício “flutua”, e na área do restaurante quatro pilares metálicos respondem aos esforços de tração e compressão gerados em função do grande balanço na extremidade oposta do edifício.
A treliça tem altura total de 4,40m e modula-se de 5 em 5m. As vigas secundarias tem 12 e 6m no vão central e nas “abas”, respectivamente. Entre as vigas secundarias, que conferem travamento a estrutura, perfis configuram modulações de 1,5×2,5m que servirão de apoio às placas de gradil que configurarão o piso nas áreas de corredores. O piso das salas de exposição será de laje sobre steel deck.
Dessa forma as áreas de expo permanente configuram-se em um espaço totalmente livre possibilitando as mais variadas formas de montagem de exposições. Já na expo permanente, as salas de exposição encaixam-se a estrutura que corta o espaço. Os pavimentos inferiores estruturam-se através de paredes cortina e lajes nervuradas, possibilitando vãos de dimensões apropriadas aos usos que se propõe.
equipe:
arq. luciano cersósimo
arq. carlos eduardo costa
área de intervenção: 14,420 m²
área edificada: 8.035 m²
“Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo. A última coisa que se pode sentir diante da “eterna novidade do mundo” é tédio. O pensamento é uma criança que explora essa caixa de brinquedos chamada mundo. Pensar é brincar com os pensamentos.” Rubem Alves
O presente projeto visa facilitar o acesso da população jovem da região à arte, tecnologia, saúde, meio ambiente e esporte.
Promovendo o acesso à informação e o respeito pela diversidade, busca-se a inclusão social através da democratização da criação artística e cultural, acesso a atividades desportivas, e conscientização sobre as questões referentes ao meio ambiente.
O entretenimento estimula o convívio, enquanto a formação e qualificação profissional colaboram com a redução da violência a educação para redução da marginalidade.
Em busca do estímulo do Coletivo, cria-se um espaço para a democracia, vida e liberdade.
Um espaço de convivência, educação, aprendizagem e abrigo da juventude, juventude esta que se sente à margem da sociedade, isolada um “não-cidadão”. (buscamos justamente reverter esse fato)
Cidadania é sentir que pertence ao espaço público, e a confirmação de existência do jovem é estimulada pela sua exposição pública, pelos espetáculos, pela Cultura de Massa.
O projeto desenvolvido no âmbito deste concurso visa apropriar-se destes conceitos, próprios do paradigma da complexidade, gerando um conjunto arquitetônico/ ambientade forte impacto visual, e ao mesmo tempo, cuidadosamente integrado ao terreno e à trama urbana pré-existente.
Alguns itens foram levados em conta para a implantação do projeto:
Implantação dos corpos arquitetônicos para minimizar o impacto sobre o território, dentro de uma visão de fluxos vitais
Adensamento e integração das novas áreas junto às pré-existentes, liberando espaços abertos (entorno urbano)
Utilização de tecnologias embasadas na sustentabilidade e cuidado com recursos ambientais finitos
Adoção do conceito de flexibilidade nos arranjos espaciais através de divisões moduláveis e variáveis
Integração de funções distintas, entendidas não como conflitantes, mas sim, complementares
Adoção de medidas compensatórias na hipótese de alterações físicas e ambientais no território.
O conjunto arquitetônico se organiza através de um eixo de integração dos diversos setores de atividades distribuídos ao longo deste: dividem-se em Área esportiva, Espaço para Produção Cultural, Espaço para Fomento e Difusão Cultural e Espaço Acadêmico
O desenvolvimento sustentável e eficiência ecológica são obtidas através do maior aproveitamento de iluminação e ventilação naturais, do uso de materiais renováveis e recicláveis, do uso racional da energia .
Uma arborização intensa, a ser realizada com espécies nativas, cerca o terreno nas laterais que o conectam com o entorno urbano, enquanto que de fronte ao rio, o principal elemento paisagístico é o espelho d’água e uma cachoeira artificial que vence o leve desnível proposto para o terreno, este também tem a função de coletar e armazenar águas pluviais para reaproventamento.. A implantação deste espelho d’água buscou trazer “um pouco do Rio Ceará para dentro do Cuca”. Neste espelho são previstos reflexos dos edifícios, bem como da própria paisagem urbana.
Buscou-se a integração entre áreas construídas e livres, e também o uso racional dos espaços, visando promover integração e livre acesso entre as diversas áreas. Dessa forma a rua faz ligação entre as áreas, promovendo um dinamismo de atividades.
Um sistema pré-fabricado em colunas de concreto, vigas em aço e lajes pré-moldadas em concreto protendido para o novo corpo.
O sistema segue uma modulação de 1,25m X 1,25m gerando uma malha básica de 7,5m X 7,5m. Os pilares de concreto apresentam seção de 0,60 de diâmetro recebendo em seu interior dutos para escoamento das águas pluviais captadas pela cobertura. As vigas apresentam seção em “I”, com 0,40m de espessura entre colunas, e foram afinadas para 0,20m nos balanços laterais.
Controle de temperatura e umidade, ventilação cruzada, alto coeficiente de reflexão, termo-acústica foram previstos.
Grande cuidado foi tomado para oferecer ventilação e iluminação naturais nos ambientes de trabalho e estudo com soluções integradas entre sistemas estruturais e de conforto ambiental.
equipe:
arq. francisco spadoni
arq. lauresto couto esher
arq. selma bosque
arq. jaime vega
arq. luciano cersósimo
arq. tomohiro ishida
arq. nilson zampoli
Concepto
Parque y Ciudad
La cuestión com que iniciamos es: como reencontrar, para el área, la totalidad perdida, que en su origen, pré-urbana, deveria haber sido dada por la naturaleza.
El Parque Urbano Central de La Paz propone tres condiciones para coexistencia: la de ser una reserva natural en el sentido clásico de parque; la de ser reducto de eventos y entretenimiento, en el sentido moderno de parque – herencia del siglo XIX – y la de ser una parte de la ciudad, mismo siendo un lugar de excepcion dentro de ella.
La idea de parque es la de un espacio total, donde las funciones coexistem y se muestre con autonomia frente al universo que lo rodea (circunda). El Parque acostumbra ser un lugar alejado. Sin embargo este Parque Urbano está al centro y participa del medio que lo circunda. Al limite es casi un “no parque”. pues la vida de la ciudad también es parte de su vida. Este “no parque” tal vez sea el verdadero parque nuevo, pues no promete el isolamiento clásico del paraiso, entendido como el lugar que nunca se puede llegar.
Esta presente como parte de la ciudad dividiendo com ella sus espacios, las calles, sus áreas verdes y sus estructuras.
Ciertamiente por su topografia es una excepción en el espacio. Su condicion geológica le permitió constituir algunas fronteras y sus puntos notables continuaban sendo lugares de placer (fruición). Esto hace deste Parque un espacio singular en una cuidad de relieve expressivo, que ocupó casi todassus depreciones.
Rehacer la totalidade desta área es pensar a partir de otra articulación. Este P arque no más se sustenta de su próprio espacio, pues precisa de la cuidad para pider existir.
El Problema
Geologia
El Parque Urbano Central, por su carácter geológico, es en si un sistema territorial cerrado: una brecha en el suelo dividiendo los extremos de la ciudad. Sus límites, mismo imprecisos, son determinados por la configuración natural: donde la abertura termina comienza la ciudad. Al límite esto sería suficiente para su manutención como área natural y aún como una fuente de reserva lúdica frente al território urbanizado. Mas la necessidad histórica de su transposición facilitada por el sistema de vías normalmente destructivo; la ocupación espontanea de sus áreas mas planas y la dificultad en se establecer programas de uso, lo transformaron en una idea sólo parcialmente realizada, o sea, lo que se denomina de parque son los pocos espacios resultantes del domínio de un território desafiador o de lo que sobró de la repartición del sistema de vias. En realidad hablamos de vários pequeños parques o de áreas públicas poco articuladas entre si, que por se encontrar en la misma falha geológica son considerados como si formaran un todo. No es lo que vemos ahora, mas es lo que se pretende, lo cual es un buen comienzo.
Flujos
Los flujos son dificultados por la topografia lo cual impide una mayor fluidez entre los espacios de uso. La conexión de vias entre los lados del parque es limitada a dos puntos: Puente de Las Américas y avenida del Exército, lo que refuerza el motivo de tener un parque y disminuir el impacto de los automóviles. La avenida del Poeta sin embargo presenta los defectos de una avenida de fondo de valle, en especial la de se constituir en una barrera frente a las dos extremidades, lo que roba desta importante área natural su condición de soporte del sítio original.
Resíduo urbano
El área del Parque Urbano Central concentra uno de los mayores vacíos urbanos de la ciudad de La Paz. Área potencialmente de uso público, su topografia en pendientes dificultó historicamente su ocupación, transformadolo en un residuo de la mancha urbana, poco utilizado para el potencial que ofrece, mismo siendo bastante utilizado por la población.
Programa
No existe actualmente un programa preciso de un parque para el área, sea naturalista, para recreación, seja de eventos. Existe una espécie de ocupación espontanea de algunos setores.
PROPUESTAS
Concepto de la ocupación
I. Sectores
El Parque se divide en tres sectores: el cuerpo central el core y los dos extremos:
El Core: Área central definida entre la avenida del Ejército y límites del puente de las Américas. Es el área que concentra la casi totalidad de las actividades de entertenimiento y de las nuevas estructuras.
Extremos:
– fondo del valle: área de cota más baja a lolargo de la avenida del Poeta, despues del puente de las Américas. Es un área típico de preservación natural, no obstante las consecuencias destructivas de la via expressa, dificultando su integridad.
Proponemos reabrir el rio canalizado ( considerando su despolución) y aumentar la densidad vegetal, creando um parque linear al fondo de valle con la abertura de una grande promenade.
– mercado: área urbanizada después de la avenida de Ejército en dirección al actual Mercado Camacho. Por su fuerte apelo social como área de mercado y de comercio informal, proponemos la creacion de una grande esplanada que conecte el área del mercado a los límites del cuerpo central del parque.
II. Fibras
La condición topográfica indujo una forma de ocupación através de organizaciones lineares en el sentido das curvas de nível, al modo de fibras que distenden un músculo en un cuerpo vivo. Estas fibras con uso específico y temas próprios se conectam en rede de circulaciones favoreciendo una conección entre las cotas más altas y más bajas. Una de las fibras es formada por la Grande Estructura el edificio Multifuncional – a la altura de 3.565 metros. Las demás constituen los seguientes patamares temáticos:
– Laikakota nível 3.580/85
Parque de Ciência y Tecnologia
Área de mirador del parque. Irá abrigar el parque de Ciências y Tecnologia y un observatório. Está conectado a la Grande Estructura, que abriga el planetário através de la Plaza de acceso comum.
– Fibra de Convivencia nível 3.534
Es uma área de parque clássico, lugar de convívio, de ócio, de tertúlia e recreación infantil. Se define por líneas de percurso, locales de estar y otros lúdicos. Tendrá vegetación sombreada.
– Plaza de deportes nível 3.516
En este local serán transferidas las cuadras de futbol de la avenida del Poeta.
– Promenade nível de la avenida del Poeta
El ambiente alrededor de la avenida del Poeta. Tradicional área de fondo de valle, localizada al lado del rio Choqueyapu. Es un local ideal para un reconstitución vegetal al mode de un parque linear. La existencia de la avenida del poetaoriginaun ruído mismo teniendo importancia para la ciudad.
III. Conectores
Sistema de vias y de circulación de pietones. La circulación de vias dentro del área del parque continuará siendo hecha através de las vias existentes. La circulación del público , en especial en el área central del parque, fue diseñada para adaptar-se a las nuevas fajas de uso, facilitando la relación entre los espacios.
Proponemos también una ampliación de los circuitos del parque, sean horizontales o verticales, para no apenas relacionar mejor las áreas de convivência, más tambiém para facilitar el acceso a las áreas no exsploradas.
IV. Puntos notables transformados
Plaza del Memorial Quiroga
Uno de los puntos centrales del projecto. Es el área que articula el mayor número de funciones dentro del parque. Es el área de acceso principal para la Grande Estructura y en su extensión también da acceso al Laikakota y Planetário. A ella se abrem directamente el Teleférico; el edifício de Informaciones e Administración y el Espacio Memória y Futuro .
Esplanada desde el Centro de Fomento a la Artesania y los oficios
Localizada acima de la Avenida del Ejército hasta la base del Centro de Fomento, se destina a la reorganización del espacio para las ferias, como la Feria de Alasitas y puede tranformarse, por las dimensiones, en en grande espacio para manifestaciones cívicas y la ciudadania.
Cancha Zapata
La implantacion del Forum de la Juventud induzo a un nuevo diseño para este espacio, que ira mantener su funcion original, mas será potencializado tambiém como uma grande plaza ou atrium para el Forum.
Rio Choqueyapu
Proponemos la abertura de canalización del rio, dejándolo al cielo abierto en todo su trayecto en el fondo del valle. Esta medida deberá ser acompañada por la instalación de una Estación de Tratamiento de Alcantarillas.
V. Funciones a ser relocadas
Centro de Escoteros
Propomos el deslocamiento para la base del Cerro Santa Barbara, em parte de la área libre de hoy ocupada por el Parque Roosevelt. Con esto se libera la actual área ocupada para funciones públicas
Quadras de Futbol
Seran dislocadas para una de las fajas de uso existentes en el sector del core, al nivel 3.516
Viveros
Proponemos su instalacion en área disponible próximo a la Avenida de Poeta, junto a la base del Centro de Artes y Culturas Contemporaneas.
VI. Directrizes para la Vegetación
El Parque Urbano Central es visualizado en el futuro como una grande mancha verde orientada a potencializar y diseminar la idea de mejorar la cualidad de vida por la existencia de áreas verdes urbanas. Teniendo en consideración sus límites actuales, como aridez, altos pendientes, suelos pedregosos y pobres, grande erosión y fuertes vientos conjugados a los potenciales, como la presencia de vegetación introduzida y natural, relieve con diversidad paisagística y uso yá consagrado por la población, el planeamiento de la vegetación debe direccionarse:
Para el mejor aprovechamiento del uso público: la vegetación debe dialogar com estructuras yá existentes, creando convergencia o protección para las actividades; debe ser protegidas del uso público en las áreas de suelo instábles y representando barreras en áreas peligrosas; situaciones de desconforto térmico devem ser tratadas con arborización, espacios especiales devem promover contactos directos de la población con el ambiente natural; la población debe ser incentivada a participar de la organización y manejo del área verde; devese prever la promoción de capacitación profesional relacionadas a jardinajes y paisagismo.
Para la conservación de los suelos: debe haber controlado proceso de florestamiento y enriquecimiento de los bosques yá existentes con espécies de árboles de eficiencia comprovada como el pinus radiata y el eucaliptus globulus; en toda área corresponde a suelos estables y en proceso de estabilización; los suelos debem ser protegidos en la presencia de la menor erosión utilizandose también espécies arbustivas y herbáceas, destacandose las espécies de reproducción natural cuya adaptación comprovada a microclimas específicos debe ser aprovechada y reforzada, destacandose la malva (lavatera assurgentiflora)
Para la recuperación del rio Choqueyapu:
Debe haber manutención, enriquecimiento y formación de una vegetación ripária con objectivo de estabilizar las márgenes por medio del desenvolvimiento de un enmarañado radicular y tambén para actuar como un “sistema tampón”impidiendo o dificultando la filtración superficial y regulando el fluxo de agua y sedimientos traidos de los terrenos más altos; son preferidas espécies resistentesa la umedad, como el kikuyo (Pennisetum clandestinum)
Para la reducción de la poluicion del aire y de el agua:
Debe haber arborización de las áreas proximas a las avenidas de más movimiento, donde los árboles van a actuar através de la disposición de particulas y aerosoles sobre la superfície de las hojas, causada pela desaceleracion del aire y la absorción de gases por las hojas y superfície del suelo, además de formar barreras acústicas.
Para la composición de paisage natural:
Se debe utilizar el relieve como multiplicador de prespectivas escénicas; dadas formas irregulares y diversificadas del relieve y la diposición casualde la vegetacion existente, se debe direccionar a la formacion de paisajes para un estílo natural, buscandose el equilibrio entre contrastes y analogias.Directrizes para la Vegetación
Arquitecturas
Fueron Propuestas por el programa del concurso. Cuatro de ellas yá teniam destino previsto.
– Forum de Juventudes junto a la Cancha Zapata.
– Centro de Artes e Culturas al lado de la Cinemateca Boliviana
– Planetário en el Cerro Laykakota (al lado) junto al parque de Ciencias y Tecnologias
– Centro de Fomento Artesanias en el local hoy ocupado por el Mercado Camacho
Todos los demas programas incluyendose el Terminal de Teléferico del Memorial Quiroga y el proprio Planetário, fueron organizados en una única estructura un edifício multifuncional localizado en el punto de mejor visibilidad de Parque al pie del Mirante Laikakota.
La Grande Estructura
Teleférico / Memoria y Futuro / Administración yInformación / Planetário
Concepto
Este grande edifício de desenvolvimiento linear puede ser considerado como una síntesis construida del proyecto. Agrega cuatro programas diferentes, acima indicados.
La organización de los programas en una única estructura propícia al edifício una escala notáble frente al grande vacio central del Parque, posibilitando que funcione como una especie de catalizador visual junto al paisage. Además de ser como una referencia para el dominio del espacio aprovechando el horizonte.
La característica laminar une la constuccion a la topografia, como si fuesse un elemento que le pertenece, preservando la integridad de relieve al fondo, en especial el MiranteLaikakota, que se mantiene en una cota mas alta que el edifício.
El edifício busco aún conectar la plaza del Memorial Quiroga, uno de los pocos puntos topográficos utilizables de Parque, a la base del Mirador Laikakota, favoreciendo la ampliación de la plaza como un grande atrio cívico, tanto de los equipamientos cuanto de la estación del teleférico.
Concepto Estructural
La estructura de sustentación se define por un conjunto de losas de concreto protendido, apoyados sobre um sistema de pilares metálicos. El módulo estructural típico es de 10 metros. Debido a la existencia de una variación topográfica vertical al largo de la pendiente, se decidió fijar una cota superior a las fundaciones para que tengan la misma cota de partida.
A fin de minimizar los esfuerzos flexores en las fundaciones, serán injeridos en los pórticos, tirantes de acero a cada 10 metros en la parte de atrás de la estructura.
PROGRAMA
Reunimos cuatro programas en la misma estructura, preservando en cada una de ellas su autonomia funcional e independencia de acessibilidad.
La Estación del Teleférico
Ocupa el “hall”central del edifício que se abre para la plaza del Memorial Quiroga. Su dimensionamiento depende de proyecto específico. Está localizado en un espacio com más de 800 m2 y se integra al “hall” de distribuicción de otros sectores, como el edifício de Información y el Memória y Futuro
Administración y Información
Se localiza en el piso superior del edifício junto al “hall”central. Tiene acesso directo a la plaza frontal del Memorial Quiroga
Memória y Futuro
Ocupa tres pisos de la estructura en el sector junto a la plaza del Memorial Quiroga. El “hall”central está en conección con el “hall”del Teleférico de donde se observa directamente la maqueta de La Paz. Las demás funciones: exposiciones y administración se localizan em pisos inferiores. El último piso proporciona el acceso de vehículos.
Planetário
Ocupa toda la ala derecha de la estructura en el extremo donde el edifício se conecta com la base del Mirador Laikakota. Su acceso ocurre por una extensión de la plaza de Memorial Quiroga, que se transforma también en el acceso principal del Parque de CienciasyTecnologia.
El programa se distribuye por los tres niveles, situandose la cúpula del Planetário en el piso de acceso. No obstante, participando de la misma estructura, el Planetário no tiene conexión funcional con las demás actividades, que ocupan el grande edifício.
Los demás edifícios
Fórum de Juventudes y Centro de Congressos y Eventos Internacionales
Propusimos una estructura que envolviese el teatro al aire libre, transformándolo en una espécie de espacio interno descobierto y que al mismo tiempo liberasse la actual área de la Cancha Zapata, formando una explanada. Parte de la área debajo de la Cancha Zapata irá abrigar un parqueamento para 250 vehículos. El conjunto edificado se divide en tres sectores:
– La estructura de contorno en curva del teatro al aire libre, abriga el lobby en el piso inferior. En el piso superior biblioteca y salas de aula.
– El pabellon situado entre el Teatro y la Esplanada abriga el Fórum dela Juventud.
– La estación del Teleférico localizase junto a la estructura de la esplanada, frente a la Avenida del Poeta. Se compone de dos plataformas de dos niveles, cada uma serviendo a uma dirección de tráfico: uma para la estación Memorial Quiroga y la otra para el local del actual
Centro de Artes Y Culturas Contemporaneas
Se trata de una edificación monolítica estruturada por dos láminas de sustentación laterales y plantas flexibles. Los accesos se da en el piso intermediário que se liga a la calle de arriba, através de un piso sobre pilotís. Este piso se convierte en un grande”hall”público interno del edifício que se abre para la Avenida del Poeta. Los accesos verticalesse dan por rampas localizadas en la lateral del predio que liberam los pisos para una organización flexible. Aprovechando la topografia exterior creamos un teatro de arena.
Centro de Fomento a la Artesania y los Ofícios
Edifício de planta cuadrada, donde los los espacios se organizam em torno de um vacio central. Esta tipologia favorece la integración vertical de las actividades, ampliando el volumen del espacio interno.
Las áreas comunes de exposición y ventas se situan en el piso térreo en un prolongamiento de el área externa. Las oficinas ocupam los pisos superiores.
El lado con vista al Illimani, la superfície es toda de vidrio para favorecer la visión.
equipe:
arq. luciano cersósimo
arq. tomohiro ishida
arq. nilson zampoli
A instalação temporária foi proposta para o espaço do Parque da Independência, como palco do evento “Sons de Primavera”, onde shows performáticos de música clássica e erudita deveriam acontecer aos finais de tarde durante a primavera.
O ponto focal da instalação é o Monumento da Independência, e, à sua frente, um palco implantado de forma a harmonizar com o conjunto histórico, sem a descaracterização do parque. Buscou-se a integração da intervenção às características originais do lugar, porém, com evidente diferenciação entre o novo e o antigo, distinguindo o patrimônio histórico e as instalações temporárias. Foi prevista toda a infraestrutura e espaços de apoio que possibilitam a realização do evento, também com o mínimo impacto sobre a paisagem.
O palco foi idealizado como um pórtico, que emoldura os espetáculos, evidencia o monumento para quem está no parque e embasa o Museu do Ipiranga, para quem o vê a partir do eixo da Av. Don Pedro I. Medindo 12 metros de profundidade, 32 metros de vão livre e pé direito de 7 metros, respeita as proporções grandiosas desse conjunto clássico. Utilizando-se de estruturas metálicas desmontáveis, tem a sua cobertura envolvida por alumínio composto branco, e seus dois apoios revestidos com material translúcido e iluminados internamente, permitindo cores e intensidades diferentes durante os concertos.
A implantação é beneficiada pela topografia do parque, que se configura em uma arquibancada natural. Desse modo, o monumento torna-se cenário para os espetáculos. A proposta foi enaltecer a paisagem deslumbrante de todo o complexo.
arq. luciano cersósimo
arq. tomohiro ishida
área do lote: 386m²
área edificada: 668m²
equipe:
arq. luciano cersósimo
arq. bruno padovano
equipe:
arq. luciano cersósimo
arq. luiz apolinário
área reformada: fachada
Estudo desenvolvido para a ampliação da igreja e reformulação total da fachada e acessos. A anexação do lote contíguo permitiu a expansão do conjunto ecumênico, ampliando a nave e acomodando, em um nível inferior, salas de apoio para aulas, creche, assistência social, etc.
Na porção anexada, um vitral de grande altura marca o acesso principal e delineia a conexão entre o divino e o humano. Através de um percurso ladeado por painéis translúcidos, se dá o acesso à nave central. O espaço de culto recebe iluminação natural zenital, através de dois óculum localizados acima do altar, conferindo ao local um aspecto celestial.
Na fachada do edifício, uma empena vertical se dobra em sua porção inferior, conformando a marquise que oferece abrigo a quem acessa os espaços complementares localizados no pavimento inferior.
equipe:
arq. edo rocha
arq. bruno padovano
arq. luciano cersósimo
arq. patrícia bertacchini
consultoria:
Urban Systems Brasil
área do lote: 3.309 m²
área edificada: 8.272 m²
equipe:
arq. luciano cersósimo
(projeto acadêmico)
área do lote:?
área edificada: ?